Um dia após os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrarem com uma ação na Justiça contra Deltan Dallagnol pedindo indenização de R$ 1 milhão por danos morais, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou a iniciativa, por meio de nota, classificando-a como "uma retaliação e mais uma tentativa de intimidação contra procuradores que têm agido de modo profissional, impessoal, equilibrado e responsável."
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Sem citar o nome de Lula, Janot afirma, no comunicado, que a ação foi movida "contra um único procurador, quando a apresentação da denúncia foi feita por um grupo de 13 integrantes da força-tarefa", o que, segundo o procurador-geral da República, "revela uma tentativa de isolar um dos procuradores do grupo, para facilitar o ataque e enfraquecer a defesa".
Janot também diz que o processo contra Dallagnol “é uma retaliação e mais uma tentativa de intimidação contra procuradores que têm agido de modo profissional, impessoal, equilibrado e responsável”.
"A força-tarefa Lava-Jato se colocou corajosamente diante de pessoas com grande poder econômico e político, expondo o maior esquema já montado para desviar dinheiro público da história de nosso país”, conclui o texto.
Na ação, a defesa de Lula quer que Dallagnol seja condenado em razão da entrevista coletiva de 14 de setembro, na qual o procurador anunciou a primeira denúncia da Lava-Jato, no Paraná, contra o ex-presidente com uso de Power Point – um dos slides da apresentação, que trazia o nome de Lula cercado de acusações, tornou-se célebre e virou meme nas redes sociais. Na fala à imprensa, o procurador afirmou que Lula era o "comandante máximo" do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.
*Zero Hora