Com uma previsão de orçamento menor para o ano que vem e a possibilidade de aprovação da PEC do teto dos gastos públicos, reitores de institutos federais temem o fechamento de unidades no Rio Grande do Sul. O assunto foi discutido a tarde desta sexta-feira durante audiência pública na Assembleia Legislativa. Estudantes e professores lotaram o Teatro Dante Barone para debater os impactos da PEC e da MP 746, que trata da reforma do Ensino Médio.
Reitor do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), Marcelo Bender Machado disse que os campi inaugurados nos últimos anos, como os de Gravataí, Jaguarão, Lajeado, Novo Hamburgo e Sapiranga, correm o risco de fechar.
– Estamos sofrendo uma perspectiva de ataque à educação. Não existe nenhuma segurança para consolidação dessas escolas, com a aprovação da PEC – disse ele, acrescentando que faltam hoje 300 professores no Estado.
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Machado, que é presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), afirmou que o orçamento previsto para 2017 é de R$ 2,1 bilhões, R$ 1 bilhão a menos do que o solicitado.
Em protesto contra a proposta, que tramita no Senado como PEC 55, em torno de 13 institutos estão ocupados no Rio Grande do Sul. Os reitores que participaram de audiência pública nesta sexta-feira disseram apoiar o movimento dos estudantes.
– Enxergo o movimento das ocupações como um processo legítimo dos estudantes, que estão tentando garantir o futuro da educação – afirmou Amilton de Moura Figueiredo, vice reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).
Presidente do Grêmio do IFRS, Angélica Stefan fez um apelo:
– Aos que nos olham como meros alunos que não sabem o que dizem, peço que nos vejam como pessoas que estão lutando pelo futuro das próximas gerações.
Após o término da audiência, um grupo de cerca de 40 pessoas discutiu a possibilidade de ocupação da Assembleia Legislativa. Por volta das 19h30min, grupo decidiu deixar o local.