O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça 21 integrantes da cúpula da Samarco e representantes da Vale e da BHP Billiton, controladoras da empresa, por homicídio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de cometer o crime – pela morte das 19 pessoas vítimas do rompimento da barragem da mineradora em Mariana, desastre ambiental que completa um ano no próximo dia 5. O 22º denunciado deve responder por crime de apresentação de laudo ambiental falso.
Até o momento, foram confirmadas 18 mortes. Um corpo ainda não foi encontrado. Todos eram moradores de Bento Rodrigues e funcionários da Samarco ou empresas terceirizadas da Samarco.
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Entre os denunciados estão o então diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, e representantes do conselho da Samarco por indicação da BHP e Vale, entre os quais estão um sul-africano, dois estadunidenses, um australiano é um francês.
O MPF pede ainda reparação dos danos causados às vítimas. Segundo os promotores, a definição dos valores devem ser feita pela Justiça durante a instrução processual.
Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBr, prestadora de serviços de engenharia, também foram denunciadas, por crime ambiental.
CONTRAPONTO
O que diz a Vale
A mineradora informou que adotará "firmemente as medidas cabíveis perante o Poder Judiciário para comprovar sua inocência e de seus executivos e empregados".
O que diz a VogBR
Por nota, informou que não irá se pronunciar.
O que diz a Samarco
Por nota, refutou a denúncia dizendo que a "não tinha qualquer conhecimento prévio de riscos à sua estrutura".
O que diz a BHP
"Repudia veementemente as acusações e irá apresentar sua defesa."
Veja a reportagem especial sobre a tragédia em Mariana:
*Estadão Conteúdo e Agência Brasil