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Protesto

Estudantes ocupam mais prédios da UFRGS em Porto Alegre

Alunos dos Institutos de Letras e Pscicologia e das Faculdades de Educação (Faced) e Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) passaram a noite na universidade

Marcelo Kervalt

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Estudantes em assembleia no prédio da Faculdade de Arquitetura da UFRGS

Pelo menos seis prédios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão ocupados por estudantes em protesto contra a PEC-241 (que no Senado passou a tramitar como PEC-55), o projeto Escola Sem Partido e a reforma do Ensino Médio. Na segunda-feira, alunos das faculdades de Educação, Arquitetura e Urbanismo, Design de Produtos, Design Visual, Filosofia, Ciências Humanas, Psicologia, Biblioteconomia e Comunicação decidiram aderir à mobilização iniciada na última quarta-feira, no Instituto de Letras.

Os estudantes da Faculdade de Educação (Faced) decidiram, em assembleia realizada na manhã de segunda-feira, ocupar o prédio que reúne os cursos de Pedagogia, Educação do Campo e Pós-Graduação. Conforme um dos organizadores do movimento, que prefere não se identificar, cerca de 30 alunos passaram a noite na Faced. Nesta terça-feira, os estudantes devem se reunir com a diretoria da faculdade para definir como ocorrerá a ocupação. No entanto, as aulas no prédio estão suspensas.

– Nessa primeira manhã, (teremos) uma conversa aberta sobre a conjuntura nacional, a PEC-55, a reforma do Ensino Médio e o projeto Escola sem Partido – afirmou um aluno responsável pela comunicação do movimento, explicando que a agenda para os próximos dias será definida em assembleia de estudantes.

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A poucos metros dali, os alunos de Arquitetura e Urbanismo, Design de Produtos e Design Visual realizaram assembleia às 19h30min de segunda-feira e também decidiram ocupar o prédio onde são lecionados estes cursos. Os organizadores chamaram representantes de outras ocupações, como os da Faced e do Instituto de Letras, que também está ocupado, para trocar experiências e contar como as ações estão funcionando.

– Nossa intenção é descobrir o que os outros estudantes daqui estão pensando e buscar informações de pessoas que participam de ocupações. Nosso foco é seguir o movimento e ocupar esse prédio também – contou a estudante Iasmin Nunes Peres, de 19 anos, uma das organizadoras da assembleia no prédio da Faculdade de Arquitetura.

– Não queremos uma ocupação passageira. Queremos fazer algo organizado, conversando com os professores e encontrando as melhores soluções. Não é um movimento para não ter aula. É para sermos ouvidos, pois os projetos estão sendo votados sem que a gente possa dar nossa opinião – complementou.

Pouco antes das 20h de segunda-feira, a página no Facebook do movimento Ocupa Letras - UFRGS anunciou que os prédios do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e do Instituto de Psicologia também foram ocupados. Por volta das 21h, foi a vez do prédio da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico). Estudantes dormiram no local na segunda-feira. O número de ocupantes, entretanto, não foi informado pela coordenação do movimento.

Procurada pela reportagem de Zero Hora, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirmou que não adota nenhum posicionamento oficial sobre as ocupações. Além disso, a assessoria de imprensa da Reitoria informou que o órgão ainda não recebeu qualquer comunicado dos estudantes que ocuparam os prédios de faculdades da instituição.


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