Os municípios pequenos costumam ter uma dependência maior dos repasses dos governos federal e estadual. O que, por si só, já é dramático. Outras circunstâncias, como dificuldade financeira das prefeituras, possibilidade de punições de órgãos fiscalizadores (TCE, por exemplo) e arrecadação escassa para as campanhas somam-se a isso, e o resultado é um só: a desistência de buscar a reeleição.
São necessários 7,7 mil votos para eleger um vereador em Santa Maria
O Diário traz, nesta reportagem, um levantamento do cenário eleitoral da Região Central junto aos 38 municípios localizados na área de sua cobertura. Do total, 19 cidades têm três candidatos ou mais, e 18 têm só dois. Uma cidade possui apenas um concorrente.
Os 41 bairros de Santa Maria elegem suas prioridades
Ao todo, 28 prefeitos poderiam candidatar-se à reeleição em 2 de outubro. Deste número, 17 vão buscar um segundo mandato. Os outros 11 já estão em seu segundo mandato e, por isso, não podem mais concorrer.
Veja como foi o primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de Santa Maria
O cenário na região traz algumas situações que chamam a atenção. Uma delas é referente ao pleito de Ivorá, que conta com um único candidato: Ademar Valentim Binotto (PP). O município, com 1.870 eleitores e 2,1 mil habitantes, tem apenas um nome que almeja a cadeira de chefe do Executivo local. Sendo assim, a Justiça Eleitoral projeta que, com apenas um voto, que no caso pode ser do próprio progressista, ele se elege. E mesmo que ele se abstenha do processo, como brancos e nulos não são contabilizados como votos válidos, apenas um eleitor que votar em Binotto garante a eleição do político.
Além disso, há outras coligações que chamam a atenção e, inclusive, onde a aproximação destoa de uma afinidade ideológica. Prova disso é que o PT e PSDB, rivais no cenário nacional, no processo de impeachment de Dilma, estão juntos em Paraíso do Sul, Pinhal Grande, Santa Margarida do Sul e São Pedro do Sul.
As propostas dos candidatos à prefeitura com relação às prioridades de Santa Maria
Já o PT e o PMDB, que até pouco tempo atrás estavam juntos no comando do país, mas tiveram forte racha em função do impeachment, seguem lado a lado em seis cidades: Agudo, Caçapava do Sul, Formigueiro, Jaguari, Lavras do Sul e Santana da Boa Vista.
Ainda em dois municípios, Itacurubi e Jari, há apenas candidaturas com chapa pura. Ou seja, a coligação tem os nomes do prefeito e do vice de um único partido. Em Itacurubi, os três nomes que disputam a prefeitura são do PT, PP e PDT. E em Jari, o pleito conta com três candidatos de lados também definidos: PSB, PMDB e PP.
Avaliação
O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer avalia que as alianças entre partidos mostram o verdadeiro lado das siglas: o pragmatismo em busca do poder a qualquer custo.
– O que se vê, nitidamente, por todo o país, é um aliciamento de partidos para a formação das coligações eleitorais. O entendimento é o mesmo, seja o partido que for: quanto mais partidos coligados, mais tempo de rádio e de TV. Mas as pesquisas mostram que nem é sempre assim.
Eleições 2016
Veja quem concorre à prefeitura nas 38 cidades da Região Central
Do total, 19 cidades têm três candidatos ou mais, 18 têm só dois e uma cidade possui apenas um concorrente
Marcelo Martins
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