A jurista Janaina Paschoal, uma das autoras do processo de afastamento de Dilma Rousseff, não ficou nada satisfeita com a decisão de várias associações e partidos políticos ingressarem no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Senado Federal de fatiar a votação do impeachment. Para a advogada, essa é uma questão menor e pode pôr em risco todo o julgamento.
Em seu perfil no Twitter, a jurista escreveu uma enxurrada de publicações, inclusive com apelos diretos aos senadores.
"Eu peço, pelo amor de Deus, que quem já impugnou o julgamento do Senado, desista das medidas interpostas. Eu peço, pelo amor de Deus, que os partidos que ainda não impugnaram, não interponham nenhum tipo de medida."
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Janaina disse que os senadores estão "cegos pela vaidade" e alerta que os recursos são uma maneira de pedir que o STF interfira na soberania do Senado Federal. No total, 11 ações contra o fatiamento da votação foram protocoladas no Supremo.
Nesta sexta-feira, o PSDB acompanhado do DEM, PPS, PMDB e Solidariedade também protocolaram um pedido.
A advogada acredita que a provocação à Corte pode levar à uma decisão de anular toda a votação, e não apenas a votação que permitiu que Dilma ocupasse funções públicas.
"Se o impeachment for anulado, ainda que se marque novo julgamento, Dilma voltará imediatamente para o poder, pois terão passado os 180 dias", relembrou no Twitter.
De acordo com a lei, após a abertura do processo, a presidente é afastada provisoriamente por 180 dias e, ao fim do prazo, a presidente volta às suas funções enquanto o Senado dá sequência ao processo. No caso de Dilma, essa data seria em 9 de novembro.