Um caso que teve grande repercussão em 2013 está prestes a ter o seu primeiro desfecho na Justiça. O pastor Leandro Müller, atualmente com 36 anos, será julgado pelo estupro de uma menina que, à época do crime, tinha apenas 12 anos. A fase de instrução do processo (produção de provas e oitiva de testemunhas) já está encerrada. Agora, o advogado do suspeito, Divor Rittes Bassan Filho, prepara a defesa escrita, que será entregue hoje. Tão logo isso aconteça, o juiz Leandro Augusto Sassi, titular da 4ª Vara Criminal, na qual tramita a ação, avalia as provas e decide pela condenação ou não. Como a vítima é menor de 12 anos, o crime é estupro de vulnerável. A pena prevista vai de oito a 15 anos de prisão.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), houve relação sexual entre Müller e a adolescente em duas oportunidades. A primeira no dia 25 de maio de 2013. O suspeito teria ligado para a vítima para que eles saíssem juntos. Ele marcou um local e, chegando lá, a menina entrou no carro. Após, ele passou em uma farmácia e comprou preservativos. Em seguida, foram até uma rua com poucas casas e muito mato, onde houve a relação sexual.
A segunda ocasião foi no dia 5 de junho de 2013, quando Müller foi preso. Ele ligou novamente para a menina. Desta vez, na BR-287, próximo a um posto de combustíveis, por volta das 20h30min, foi flagrado pela Brigada Militar. Quando a viatura se aproximou do veículo, o suspeito saiu por uma das portas, nu. Ele ainda jogou no chão um preservativo que continha, provavelmente, sêmen e vestígios de sangue. No banco de trás do veículo, estava a adolescente, também sem roupa e trêmula. Ela confirmou as relações sexuais.
Müller foi solto dois dias depois, já que, mesmo que a vítima fosse menor de 14 anos, poderia haver consentimento na relação. Inclusive, a própria menina disse que tinha "interesse" e que estava "dando em cima" do pastor. O suspeito disse que não sabia da idade da menina. Eles responde ao processo em liberdade desde então.
À época, à reportagem do Diário, Müller deu a seguinte declaração: "Foi uma laçada. Deus tinha me avisado que isso ia acontecer". O advogado de Müller afirma que sustentará que a relação foi consentida.
– Ela que procurava ele e queria ficar com ele. O meu cliente também não sabia da idade dela. A condenação é, de certa forma, esperada. Mas espero que, se for condenado, que pegue o regime semiaberto, já que é réu primário – defende.
Müller continua como pastor em uma igreja na região oeste de Santa Maria.