Manifestantes realizaram novo ato contra o governo de Michel Temer neste domingo, na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Organizado pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular, a manifestação teve um princípio de tumulto, que acabou com a detenção de quatro pessoas.
Guilherme Boulos, representante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), grupo que integra a Povo sem Medo, disse que novas mobilizações continuarão sendo convocadas no país.
– Tem tido manifestações nos últimos dez dias. Talvez tenha sido o período mais intenso de mobilização nos últimos anos no Brasil. Teve mobilização quase todo dia. Estamos na rua porque temos no Brasil hoje um governo ilegítimo, sem voto, que fraudou a soberania do voto popular e que, ao mesmo tempo, quer aplicar um programa que também não foi eleito pelo povo brasileiro, de ataque brutal aos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais – afirmou Boulos.
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Segundo ele, essa situação vai gerar uma grave sequela na sociedade, "nas próximas gerações inclusive, se agora não formos para rua resistir e barrar esse projeto".
Os manifestantes carregaram bandeiras e cartazes pedindo "Fora Temer" e "Diretas Já". Presente ao ato, o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) falou da importância das manifestações dos últimos dias.
– Todas essas manifestações estão voltadas para combater o golpe e agora combater o golpe significa eleições gerais, significa aumentar a pressão das ruas, mas também dar uma resposta na eleição. Aqui em São Paulo, por exemplo, os três candidatos que lideram as pesquisas apoiaram o golpe – concluiu Boulos.
Em um princípio de tumulto, a Polícia Militar prendeu quatro jovens durante a manifestação. Na mochila de um deles, os policiais encontraram um soco inglês e uma faca de cozinha. Danilo Camargo, advogado do PT, foi atingido por um cassetete no estômago enquanto acompanhava a detenção dos estudantes. A PM jogou gás de pimenta em jornalistas que acompanhavam o ato.
A estudante Laís Lilandra Andrade disse que há menores de idade entre os apreendidos, que foram levados para o 78 DP.
– Só pelo fato de estarmos com uma máscara no rosto nos agrediram sem justificativa – disse ela.
O ex-senador Eduardo Suplicy, que também participa da manifestação, contou ter entregue uma carta na casa do presidente Michel Temer, no bairro de Alto de Pinheiros, pedindo que a população seja ouvida no dia das eleições municipais sobre se quer ou não que Temer fique no cargo até 2018. Se a resposta for não, ele defende que sejam convocadas eleições diretas para dezembro.