Mudanças repentinas de humor, falta de apetite, tremeliques. Sintomas aparentemente inofensivos podem anunciar uma doença mais comum do que se imagina: a epilepsia. Animais de várias espécies sofrem desse problema há milênios e ainda não há uma cura definitiva. Existem, porém, tratamentos que aumentam a qualidade de vida do pet se o diagnóstico for feito precocemente.
Caracterizada por crises convulsivas – desordem elétrica no córtex e no subcórtex cerebral – que acontecem repetidamente em pequenos intervalos de tempo, a epilepsia é mais comum em cães do que em gatos. O veterinário Ragnar Schamall explica que os cachorros são mais suscetíveis a doenças que provocam convulsões e apresentam um histórico maior de epilepsia herdada dos pais.
– Nos gatos é mais comum que a doença apareça devido a tumores cerebrais – explica.
Encarar uma crise convulsiva não é tarefa fácil, e o dono não deve intervir.
– Tentar desenrolar a língua ou querer mexer no cachorro podem causar lesões, até mesmo no dono, que pode sair mordido. O máximo que se deve fazer é escorar a cabeça do animal para que ele não a bata muito no chão – alerta Ragnar.
As crises duram entre 20 segundos e dois minutos. Se ultrapassarem os cinco minutos, o animal deve ser levado a uma clínica veterinária imediatamente, pois pode entrar em estado convulsivo. Antes de removê-lo, é importante consultar um veterinário.
A epilepsia pode demorar para ser diagnosticada, pois algumas crises são quase imperceptíveis e estão atreladas a mudanças de comportamento.
– Muitas vezes, o animal só mexe incontrolavelmente a mandíbula ou a pata, e o dono não reconhece nisso uma crise – observa Schamall.
O tratamento varia de caso para caso, mas geralmente são usados fármacos anticonvulsivantes.
– Cada animal precisará de um tipo específico de tratamento. Se, por exemplo, ele sofrer de uma epilepsia secundária, a causa da doença é que será tratada – explica o veterinário.
Como agir
- Ao perceber a crise, não tente mexer no animal ou desenrolar sua língua. No máximo, apoie a cabeça dele para que não bata muito no chão
- Veja no relógio quanto tempo durou a crise. Se ultrapassou os cinco minutos, leve o animal imediatamente ao veterinário, mas antes ligue para um profissional para saber como fazer o transporte
- Depois da crise, o bicho provavelmente mudará o comportamento. “Deixe o animal ter o momento dele, até que fique tranquilo. Não tente intervir”, ensina o veterinário Ragnar Franco Schamall.
- Independentemente do tempo que durou a crise, o dono deve consultar um veterinário para saber o que causou o problema.
- Lesões tumorais, má-formação vascular, vírus, bactérias, vermes e até mesmo uma pancada na cabeça podem causar convulsões que, caso não sejam tratadas, podem evoluir para um quadro de epilepsia. O tratamento varia de caso para caso, mas geralmente são usados fármacos anticonvulsivantes.
_ Cada animal precisará de um tipo específico de tratamento. Se, por exemplo, ele sofrer de uma epilepsia secundária, a causa da doença é que será tratada _ explica o veterinário.