Eleito presidente da Câmara em fevereiro do ano passado, o ex-deputado Eduardo Cunha recebeu, no dia 12 de setembro, 450 votos favoráveis a sua cassação. Acusado de mentir a CPI ao negar possuir contas no Exterior, o peemedebista está inelegível até 2027. Pouco mais de um mês após perder o foro privilegiado, o ex-deputado teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Sergio Moro.
A sequência de denúncias de corrupção e do mais longo processo de cassação da história da Câmara dos Deputados foi contada pela imprensa de várias formas. Uma delas, as charges. Confira, abaixo, como a derrocada de Cunha foi vista pelo cartunista Iotti, de ZH.
Conselho de Ética e o processo contra Eduardo Cunha
Em dezembro de 2015, o Conselho de Ética votou pela oitava vez o parecer sobre a admissibilidade do processo contra o então presidente da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Na ocasião, por 11 a nove, os deputados decidiram dar continuidade ao processo.
Cunha aceita pedido de abertura de processo de impeachment de Dilma
No mesmo dia em que a bancada do PT declarou que votaria a favor da admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar de Eduardo Cunha, o peemedebista anunciou que aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
A "anistia" de Eduardo Cunha
Em abril, fortalecido pelo prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, Eduardo Cunha contava com apoio de partidos do Centrão (PP, PR e PSD) e de parte da oposição para enterrar o processo contra ele no Conselho de Ética e salvar o mandato.
Mulher de Eduardo Cunha vira ré na Lava-Jato por lavagem de dinheiro
Em junho, o juiz Sergio Moro aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra a jornalista Cláudia Cruz. A esposa de Eduardo Cunha é acusada pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas ao usar um cartão bancário e diversas contas que o ex-deputado mantém em bancos na Suíça.
Sérgio Moraes a favor de Cunha: "Tenho medo de condenar um inocente"
O deputado gaúcho Sérgio Moraes (PTB-RS) declarou, em junho, que votaria contra a cassação de Eduardo Cunha. Na ocasião, Moraes justificou que teria "medo de condenar um inocente". Na segunda-feira, faltou à votação.
Antes cercado de apoio, Eduardo Cunha fica quase isolado
O processo de isolamento de Eduardo Cunha começou em maio, quando o Superior Tribunal Federal o afastou da presidência da Câmara e do seu mandato. Depois, com voto de Tia Eron, o Conselho de Ética aprovou parecer favorável à cassação. Réu em dois processos, o peemedebista ficou quase isolado.
Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara dos Deputados
Em julho, Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara dos Deputados em entrevista coletiva em Brasília. A estratégia seria tentar reverter votos contrários na Comissão de Constituição e Justiça para salvar seu mandato. Ao final da coletiva, Cunha se emocionou ao lembrar ataques a sua família.
"Amanhã pode ser contra vocês", diz Cunha a deputados da CCJ
Já afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha fez sua defesa na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Na ocasião, o peemedebista classificou a decisão do seu afastamento como "um golpe contra a independência entre os poderes" e fez um alerta aos demais deputados:
– Hoje isso foi usado contra mim, mas amanhã poderá ser usado contra um de vocês – declarou.
Maioria da bancada gaúcha vota a favor da cassação de Cunha na Câmara
No dia 12 de setembro, a Câmara dos Deputados cassou o mandato de Eduardo Cunha. Foram 450 votos favoráveis à perda dos direitos políticos do peemedebista contra o apoio de apenas 10 colegas – outros nove abstiveram-se de votar.
Enfim, preso
Pouco mais de um mês após perder o foro privilegiado, o agora ex-deputado Eduardo Cunha foi preso preventivamente no dia 19 de outubro, por ordem do juiz Sergio Moro.