Depois de mais de 12 horas de julgamento, na noite de segunda-feira, Tatiana Bueno de Souza, 33 anos, e Olídio Felipe Corrêa de Oliveira, 20, foram condenados pelo Tribunal do Júri pela morte do empresário Bruno Roberto Neuwald, 48 anos, em agosto de 2014. Ela foi condenada a 17 anos, e ele a 12 anos de prisão, por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe (para ficarem livres para manter o caso amoroso e ficariam com os bens), e por não ter dado chances de defesa à vítima, que foi morta com golpes de adaga. Neuwald tinha uma fábrica de cuias e facas, no distrito de Arroio Grande.
Ambos tiveram a pena fixada em 15 anos, em regime fechado. No entanto, para Tatiana houve a agravante de que ela era cônjuge da vítima, por isso teve a pena aumentada em dois anos. Já Oliveira teve a atenuante de ser menor de 21 anos quando cometeu o crime, por isso teve a diminuição de três anos. Ambos estava presos desde o dia 8 de agosto de 2014, um dia depois do crime.
Neuwald foi morto logo após chegar de uma viagem a negócios. Ao ir até o galpão em que fabricava as cuias e facas, foi atacado. A mulher chamou a polícia e alegou que o marido havia sido vítima de um assalto. Durante a investigação, descobriu-se que a história fora inventada. Oliveira confessou o crime e a participação de Tatiana, que foi presa durante o velório do marido.
A defesa de Tatiana afirma que irá recorrer da decisão por conta do tempo de pena, e também pedirá a anulação do julgamento.
– Saímos com aquele sentimento ruim pelo resultado. É uma situação complicada, até porque ela, que era acusada de planejar, pegou cinco anos a mais que ele, que é o executor. Também consignamos uma nulidade em relação a uma das perguntas feitas aos jurados. O juiz não acatou nosso pedido, e por isso vamos pedir a anulação do julgamento – explica Wedner Lima.
O advogado Elton dos Santos Almeida, defensor de Oliveira, não atendeu as ligações.