Eleito em Brasília presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) para o biênio 2016-2018, o jornalista Marcelo Rech, vice-presidente Editorial da RBS, é o quarto executivo da empresa a liderar a organização. Confira a entrevista:
Os jornais estão passando por grandes transformações. Como você imagina os jornais no futuro?
Em um mundo de abundância de notícias e opiniões, não há mais escassez de conteúdo. Com as desinformações, propositais ou não, que circulam pelas redes sociais, a necessidade do público passou a ser por informação confiável. E esse é exatamente o produto oferecido pelos jornais por meio de redações profissionais independentes. Ou seja, o jornalismo profissional de qualidade, em todas as suas plataformas, tem um futuro de crescente relevância para a sociedade. Seremos cada vez mais os certificadores da realidade, atestando a veracidade ou não do que se diz e se divulga por aí sem certificado de origem e de confiabilidade.
A ANJ é uma das entidades no mundo mais reconhecidas por sua defesa da liberdade de expressão. Quais são as suas principais frentes de trabalho como líder desta associação? Qual a sua estratégia como presidente da ANJ?
A ANJ foi fundada em 1979 com uma missão clara: defender a liberdade de expressão, do pensamento e da propaganda, além do funcionamento sem restrições da imprensa, os valores da democracia e da livre iniciativa. Esses princípios continuam mais atuais do que nunca, diante de ameaças que vão desde projetos de legislações restritivas à violência contra profissionais e veículos de comunicação. Demonstrar a relevância do jornalismo livre e independente para o desenvolvimento da sociedade será um foco cada vez mais central na ANJ.
Neste momento da vida nacional, com uma forte crise econômica e uma ainda maior crise política, como os jornais podem contribuir?
O primeiro passo para a solução de um problema é reconhecer sua existência. Com profissionais qualificados e independentes, os jornais têm o compromisso de trazer os problemas à tona e dar vazão à discussão de saídas, estimulando soluções. No mundo democrático, os jornais são fundamentais para iluminar o que está oculto e promover a conversação da sociedade em busca do bem comum. Informação confiável, respeito à liberdade de expressão e pluralidade de visões são grandes contribuições na busca de denominadores comuns.
O Grupo RBS tem uma longa história de participação em associações e entidades, nacional e internacionalmente. Como esta tradição se criou e como o leitor de ZH pode se beneficiar disso?
Mauricio Sirotsky Sobrinho foi um dos fundadores e primeiros presidentes da ANJ. Desde então, Jayme Sirotsky e Nelson Sirotsky também presidiram a entidade e deixaram grandes legados. O presidente da RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, e a Direção Executiva mantêm o compromisso de estimular os profissionais na vida associativa. Para público e anunciantes de Zero Hora, ela se traduz na absorção e adaptação de uma série de inovações e melhores práticas aplicadas no dia-a-dia. Também nos orgulhamos de poder apresentar ao resto do país e no Exterior muito do que aprendemos com nossos públicos e desenvolvemos em ZH ao longo dos anos.
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