A permanência de Vilmar Godinho na caverna onde mora há 26 anos no Vale da Utopia poderá ou não ser garantida nesta quarta-feira (10), quando acontece uma audiência de prosseguimento no Fórum da Palhoça. Na última reunião de conciliação, a Justiça havia suspendido por 30 dias a liminar que previa a saída do ativista do local. A defesa de Vilmar vai pedir que a Justiça prorrogue este prazo.
Na ocasião, o promotor Eduardo Cardozo apresentou uma proposta na qual permitia que Vilmar cuidasse da caverna e do meio ambiente, mas ficaria impedido de fixar residência na caverna. O juiz André Messias Fonseca deu um mês para que a defesa de Vilmar, junto com a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma),demais rés no processo, apresentassem uma contraproposta.
O advogado e amigo de Vilmar Godinho, Kim Rio Apa, espera que a suspensão seja prorrogada até que esteja em execução o plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. A expectativa é que em até um ano ele esteja em prática. A caverna fica dentro do parque, e por isso o Ministério Público move a ação.
A Fatma já sinalizou que não tem interesse em retirar o Vilmar do Vale da Utopia, mas esclarece que tem de cumprir a legislação e vai acatar qualquer decisão judicial. Conforme a fundação, o edital do plano de manejo está no portal de compras do governo de Santa Catarina e foi lançado no dia 13 de junho. Os envelopes das empresas interessadas serão entregues até o dia 12 de setembro. O valor é de até R$ 800 mil.
– Ele está em paz. Não deixa de ficar apreensivo com essa situação, mas o Vilmar vive em um outro mundo e é bom que continue assim, porque o nosso mundo está muito complicado – afirma o advogado do morador do Vale.
Vilmar Godinho, hoje com 58 anos, deixou Porto Alegre para viver em uma caverna no meio do Parque da Serra do Tabuleiro. Em 29 de fevereiro, a Justiça acatou um pedido do Ministério Público e determinou que ele deixasse a caverna. Amigos e vizinhos tem se mobilizado desde então pela permanência dele na mata.