Convidado para palestrar em Florianópolis, o ministro do STF José Antonio Dias Toffoli mostrou irritação nesta segunda-feira ao ser questionado sobre sua suposta relação com o empresário Léo Pinheiro, dono da OAS, que o teria citado em delação premiada na Lava-Jato. No fim de semana, o ministro participou do 2º Fórum Nacional de Conciliação e Mediação (Fonacon), e ontem deu entrevista ao Diário Catarinense, à RBS TV e à CBN Diário, na sede da Justiça Federal, na avenida Beira-Mar Norte.
Toffoli demonstrou incômodo com perguntas sobre a Lava-Jato e se recusou a falar sobre o assunto. Recentemente, a revista Veja publicou que o dono da OAS teria citado o ministro. De acordo com o texto, Toffoli e Pinheiro teriam se encontrado para discutir a reforma de um imóvel do magistrado em Brasília. O próprio ministro teria pago pelos serviços, mas a proposta de delação colocou sob suspeita a relação entre os dois.
– Sobre isso, não vou falar – afirmou.
A respeito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Toffoli argumentou que a história do Brasil é marcada por fatos semelhantes:
– Governar o Brasil não á fácil. A história do mostra isso. O país é muito grande e a habilidade para se governar o Brasil é extremamente necessária. É necessário que aquele que está na presidência da República tenha essa habilidade, esse perfil de ser alguém que atue de uma maneira a conciliar os interesses da nação.
O ministro exaltou o trabalho de Ricardo Lewandowski, presidente do STF, à frente do julgamento que ocorre no Senado desde a última semana. Além disso, disse não entender que haja um "golpe" em andamento, como alega a presidente Dilma Rousseff:
– Temos que entender que isso faz parte da democracia. Por exemplo, em países parlamentaristas é muito comum mudanças de gabinetes, novas eleições. Isso não quer dizer que há algum tipo de golpe ou alguma atuação subterrânea. Isso faz parte da nossa Constituição.