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Preocupados com a insegurança, moradores de Alvorada pedem socorro. Muitos relatam que foram vítimas de assalto, alguns mais de uma vez, nas ruas da cidade. O meio de condução dos criminosos, segundo as vítimas, é variado: a pé, de bicicleta, de moto e de carro.
A luz do dia não é um fator de intimidação. E os números confirmam essa sensação: segundo o comandante do 24º BPM, tenente-coronel Mauricio Campos Padilha, junho registrou 22% mais roubos a pedestres do que o mesmo período do ano passado – saltou de 218 para 266.
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Diante do aumento, o comandante afirma que está reforçando o trabalho ostensivo nos horários e locais de maior incidência de assalto, conforme indicam os registros policiais.
– O registro é extremamente importante para mapearmos os locais onde os índices são maiores.
Alertas online
Segundo os moradores, a maioria das vítimas é pedestre que está a caminho do trabalho ou aguardando ônibus na parada. Uma comunidade criada no Facebook tem servido de meio de comunicação sobre os crimes entre os moradores.
Uma das vítimas foi a estudante Karine Angeli dos Santos, de 29 anos. Ela costuma fazer o trajeto até a casa do namorado, no Bairro Onze de Abril, a pé. Foi a forma que ela encontrou de preservar a motocicleta nova. Ela também tem o hábito de caminhar com o celular no bolso para não chamar a atenção. Mas os cuidados não foram o suficiente.
Em uma das caminhadas, ela esqueceu de colocar o celular no silencioso e o aparelho tocou. O simples ato de pegar o telefone para desligá-lo bastou para chamar a atenção de um ladrão de bicicleta.
– Ele tirou um negócio preto da cintura, que parecia uma arma, e mandou eu entregar o celular – lamenta.
Outro morador que não quis se identificar, foi abordado por uma dupla armada de faca e revólver na rua. Eles o fizeram entregar tudo o que tinha.
– Levaram tudo, queriam me deixar só de cueca. Ainda me deram um soco no estômago de graça, sem eu ter reagido.
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Manifestações na cidade
Indignados com os assaltos, os moradores organizam protestos protestos para pedir mais segurança. A moradora do Bairro Americana, Aguimara Lopes, 34 anos, e a mãe, de 62 anos, foram assaltadas duas vezes. Em uma das ocasiões, o assaltante estava de bicicleta e armado. O rosto da mãe chegou a ficar paralisado com o susto.
– Eles estão ficando violentos e não têm medo de nada. Fizemos uma manifestação pedindo mais segurança e pretendemos fazer outras.
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Iluminação pública
Os moradores ouvidos pelo Diário Gaúcho destacaram a precariedade da iluminação pública como um dos fatores que facilita a ação dos criminosos na calada da noite.
Segundo a estudante Karine Angeli, a Rua Revolução, onde foi assaltada no final da tarde de um domingo, tinha pouca luz. A Prefeitura justificou que os problemas são pontuais e que nem sempre os moradores comunicam o endereço da lâmpada queimada.
Cadastro na DP
Nem todas as vítimas de assalto ouvidas pela reportagem registraram a ocorrência na delegacia ou acionaram a Brigada Militar. Mesmo que a sensação de impunidade desestimule o registro, a polícia reforça a importância de se fazer o comunicado.
O delegado Lauro Santos, da DPPA, disse que está trabalhando com um cadastro com as características das pessoas presas para facilitar a identificação dos criminosos. Assim como os moradores, ele também percebeu aumento dos roubos.
– O pessoal que é preso com moto roubada ou arma, por exemplo, normalmente é assaltante, mas nem sempre é preso pelo assalto. O cadastro vai servir para fazer esta relação.
Serviço
O que: Ouvidoria de iluminação pública
Horário de atendimento: 8h às 11h45min / 13h às 17h
O que precisa informar: rua e número da casa em frente ao poste
Contato: 3044-8684