Reconhecida como a capital dos blindados e se firmando como um Polo de Defesa, Santa Maria deu um importante passo para ser referência em simulação de combate das Forças Armadas do Sul do país no sábado.
Foi ativado o Simulador de Apoio de Fogo-Sul (Simaf), no Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul), que foi construído no Centro de Instrução de Blindados de Santa Maria (Cism), no bairro Boi Morto.
Com o equipamento em funcionamento, militares poderão se deslocar até Santa Maria para treinamentos simulados de combate.Conforme o capitão Dartanhan do Nascimento Duarte, com o simulador é possível planejar cenários de combate de alta resolução.
Ainda acompanhar as atividades de simulação desenvolvidas e identificar procedimentos incorretos durante os exercícios. Conforme o capitão, com o uso da tecnologia, os militares, divididos de acordo com suas funções reais nas tropas de origem, poderão treinar missões de tiro de forma virtual, mas com todas as características de um treinamento real.
Duarte explica que o simulador não substitui os treinamentos reais, mas é uma ferramenta para otimizar os resultados das equipes:
– Com esse simulador, é possível melhorar o processo de adestramento e de ensino e aprendizagem das tropas.
O complexo é dividido em 21 salas, que abrigam os subsistemas, e conta também com um Centro de Controle de Exercícios. O prédio abriga ainda um auditório, com capacidade para 120 pessoas (para acompanhar as simulações), além de um laboratório de simulação, onde é possível que o Simaf (software) seja aperfeiçoado, conforme as demandas que forem surgindo.
De acordo com o coronel Ricardo José Alves, assessor do projeto CAA-Sul, o Simaf reduz os custos e risco de acidentes em treinamentos. Para se ter uma ideia, uma munição de canhão custa em torno de R$ 6 mil. No primeiro teste no Simaf, foram executados 1.123 tiros simulados (virtuais), obviamente, sem nenhum custo.
Repercussão na cidade
Ainda conforme Alves, a construção do Centro de Adestramento e a operação do Simaf em Santa Maria devem promover também um crescimento da região e atrair empresas de tecnologia à cidade.
– O projeto vai gerar emprego e desenvolvimento para a região. Terá um aumento do efetivo de militares que circularão pela cidade, além de o sistema propiciar um maior capital intelectual. Com isso, pode impactar positivamente todos os setores da economia regional, desde o comércio ao turismo – destaca o coronel.
Investimento: O investimento no software de simulação em Santa Maria custou 14 milhões de euros (cerca de R$ 28 milhões). A construção dos prédios, mais R$ 7 milhões
Funcionamento:
- O treinamento realizado pelo Simaf, de forma geral, começa nas salas denominadas de postos de observação. Nesses locais, os militares monitoram o terreno (virtual) e realizam levantamento de dados sobre os alvos
- Essas informações são repassadas para as centrais de tiro (outra sala do complexo), onde outra equipe realiza cálculos e envia os dados obtidos à linha de fogo
- Na linha de fogo, estão dispostos obuseiros reais (um tipo de canhão) que são interligados aos sistema de simulação por meio de sensores. Após a inserção dos dados recebidos, os militares que integram a linha de fogo executam o tiro simulado
- Esse tiro é observado no terreno virtual pela primeira equipe, que deve realizar correções nos cálculos. As informações são enviadas novamente aos atiradores, reiniciando a simulação quantas vezes forem necessárias, até que os tiros sejam executados de forma correta, e os objetivos do treinamento sejam atingidos
- Durante a simulação, as informações são acompanhadas pelo Centro de Controle de Exercícios, que faz a avaliação dos dados, possibilitando a identificação de eventuais erros durante a atividade. Nesse local, estão os militares do CAA-Sul, que foram treinados para operar o sistema e que são os responsáveis pela avaliação