O Ministério Público do Paraguai suspeita de que integrantes da banda gaúcha Safira, da cidade de Santo Cristo, no noroeste do Estado, tenham envolvimento no assassinato de uma jovem brasileira no município paraguaio de Santa Rita, a 75 quilômetros de Foz do Iguaçu (PR). Jessica Lovatto de Oliveira, 19 anos, foi encontrada morta na madrugada de 8 de maio, dentro de um bueiro e com sinais de abuso sexual. Conforme as investigações do país vizinho, imagens mostrariam o momento em que a garota entra no ônibus da banda – contratada para fazer shows na Expo Santa Rita entre os dias 6 e 9 de maio.
Entretanto, ao jornal La Nación, o comissário Richard Vera, chefe da área de Homicídios da Polícia Nacional, afirmou que as imagens mostram apenas a jovem com um dos músicos, sem evidenciar se eles entram ou não no veículo. Vera também disse que uma testemunha-chave deu detalhes suficientes do ocorrido para sustentar as suspeitas contra a banda.
Leia mais:
Mulher é esfaqueada ao defender filha em São Gabriel
PF desarticula quadrilha que fraudava benefícios do INSS no norte do RS
Acidente deixa quatro feridos e bloqueia a BR-116, no sul do Estado
O empresário do grupo Safira, Nelson Maya, alegou que os músicos são inocentes e que novas imagens deverão comprovar o que "realmente aconteceu".
– Tem imagens da menina indo para trás das caixas de som com o nosso gaiteiro. Ela deu uns beijos nele, mas saiu do parque sozinha. As câmeras vão provar isso. É uma certeza: no portão principal ela sai sozinha.
Maya destacou ainda que, durante o show, Jessica foi vista dançando com outro homem, que seria seu namorado. No mesmo dia em que o corpo foi localizado, a polícia paraguaia chegou a prender como suspeito Denis Feliciano Rodríguez, 22 anos, que teria relacionamento com a jovem. Diante da análise das imagens que mostraram integrantes da banda na companhia da garota, Rodríguez foi solto na última terça-feira.
– Nós fizemos show lá até a segunda-feira (dia 9), e isso aconteceu no sábado de noite. Se o gaiteiro tivesse feito algo, ele não ia nem ter cabeça para tocar no mesmo lugar mais dois dias – afirmou o empresário.
Maya destacou também que os músicos ainda não foram notificados pelo Ministério Público do Paraguai.
–(A acusação) é muito leviana, é a maior injustiça, mas Deus está vendo. Nunca se viu falar em uma injustiça tão grande. O Paraguai é um país sem lei. O ônibus ficou atrás do palco no mesmo lugar nos quatro dias, não tem nem prova de que ela entrou (no veículo), e eles nos acusam assim – criticou Maya.
O crime
Jessica era brasileira mas morava na cidade de Santa Rita, no Paraguai. Ela era funcionária de uma das empresas que estavam expondo na feira. Conforme o fiscal do Ministério Público paraguaio Erico Ávalos, o corpo da jovem foi encontrado dentro de um bueiro, na calçada do outro lado da rua do local do evento. A causa da morte foi asfixia por estrangulamento e fratura cervical. Além disso, Jessica apresentava sinais de ter sido abusada sexualmente.
O Ministério Público paraguaio solicitou que o grupo seja notificado a comparecer no país para que os músicos possam ser identificados e autuados como suspeitos do crime.