Buracos como os da Rua A e da Travessa São Domingos, no Bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, onde vive Mauro Braga, 53 anos, podem ter que esperar ainda mais para serem tapados pela prefeitura.
– O asfalto dessa rua tem cinco anos, mas vem a chuva e leva tudo, por isso está esburacado desse jeito – reclama o morador.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), a Petrobras parou de fornecer a matéria-prima fundamental para a produção do asfalto. O cimento asfáltico de petróleo deixou de ser distribuído não só na Capital, mas em todo o Estado, na segunda-feira.
Outro buraco que começou pequeno e já alcançou a rede de água está cercado por cavaletes para evitar acidentes na Rua Sargento Manoel Arruda, no Bairro Jardim Carvalho.
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Com a falta da matéria-prima, o serviço de tapa-buracos, recém iniciado pela Smov, que conta com 13 equipes e uma caçamba térmica que mantém o asfalto aquecido e facilita o trabalho, está paralisado desde a segunda-feira passada.
Condições adversas
O secretário da Smov, Rafael Fleck, afirma que notificou a Petrobras no mesmo dia em que não recebeu o material. A distribuidora tem três dias para responder.
– Estou esperando a resposta formal. Em cima disso, o jurídico vai analisar se vamos realizar um novo pregão (modalidade de licitação para contratação de serviço) ou vamos punir a distribuidora por romper o fornecimento – destacou o secretário.
Em nota, a Petrobras afirmou que “devido às constantes condições climáticas adversas, o fornecimento marítimo de petróleo para a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) sofreu diversas interrupções, levando à redução da produção de produtos asfálticos pela unidade”.
A empresa afirma, ainda, que “está trabalhando, em conjunto com as distribuidoras de asfalto, alternativas para manter o mercado devidamente atendido, incluindo a oferta do produto produzido na Repar (Araucária-PR) às distribuidoras”.
Prejuízo em rodovias
O Daer, responsável pela manutenção das rodovias estaduais, não produz o próprio asfalto. Costuma firmar contrato com empresas terceirizadas para a execução de obras e serviços. Porém, as empresas privadas também estariam sendo prejudicadas pela suspensão do fornecimento. Uma delas, responsável pela obra da Rota do Sol, na Serra, está buscando material em São Paulo. O Daer também notificou a Petrobras solicitando que ela cumpra o contrato.
O Dnit, responsável pelas rodovias federais do Estado, também enfrenta o problema. O departamento acredita que a suspensão da entrega do insumo pode vir afetar a manutenção das rodovias.