A presidente afastada Dilma Rousseff usou as redes sociais nesta segunda-feira para se manifestar contra as acusações do Itamaraty a países latino-americanos e à União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Na sexta-feira passada, a pasta divulgou notas em que critica ambos por "propagação de falsidades" sobre o processo político no Brasil. Naquele dia, com o início do governo Temer, o Itamaraty passou a ser comandado pelo tucano José Serra (SP).
Também na sexta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, durante a reunião do Conselho de Ministros, que solicitou o retorno a Caracas do embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castellar. O motivo foi o afastamento de Dilma Rousseff.
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Depois, outros países vizinhos tomaram decisões semelhantes. El Salvador, por exemplo, suspendeu contratos oficiais com o Brasil. A decisão do país também foi criticada em nota expedida nesta segunda-feira pelo Ministério das Relações Exteriores.
No texto publicado nesta segunda, a presidente afastada afirmou que essa reação "expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica aqui montada". Segundo Dilma, o posicionamento dos países "revela a preocupação de que essas práticas, travestidas de legalidade, possam se espalhar por outras partes do mundo".
Os fatos políticos recentes no país podem, de acordo com Dilma, promover "a desestabilização de governos legítimos e revertendo as grandes conquistas sociais e democráticas alcançadas nos últimos 15 anos".
"Governos e povos da América Latina estão também preocupados com as ameaças que o novo ministro recorrentemente fez ao Mercosul e com sua disposição de estabelecer acordos econômicos e comerciais profundamente lesivos ao interesse nacional", diz a publicação.
Confira a íntegra do texto: