Em meio à expectativa de afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), chegou ao maior patamar dos últimos 16 meses. Auferido no começo de maio, o indicador subiu 4,5 pontos e chegou aos 41,3 pontos neste mês. O salto foi ainda a maior variação mensal desde janeiro de 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada.
Pela metodologia da CNI, valores abaixo dos 50 pontos indicam falta de confiança e acima desse patamar significam uma melhor aposta dos empresários com relação à economia brasileira e seus próprios negócios. Dessa forma, a melhora de maio significa que a indústria no geral está menos pessimista, mas ainda não inverteu a confiança a ponto de estar propriamente otimista. Para se ter uma ideia, a média histórica do indicador é de 54,3 pontos.
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Realismo na economia
O retorno da confiança ao empresariado – e também às famílias – tem sido apontado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pelo presidente em exercício, Michel Temer, como o grande trunfo do novo governo para destravar a economia ainda nos 180 dias de afastamento de Dilma, que até o fim deste período deverá ser julgada pelo Senado Federal. Com mais confiança do setor produtivo e da população, a nova equipe econômica espera um rápido retorno dos investimentos e consumo.
Recortes
Em maio, todas as variáveis que compõem o Icei também apresentaram melhora significativa. As expectativas com relação ao futuro da economia brasileira cresceram nada menos que 8,6 pontos e chegaram aos 40,6 pontos. Já as perspectivas para o futuro das empresas aumentaram 4,1 pontos e alcançaram a marca de 50,3 pontos, voltando para o lado otimista da escala pela primeira vez desde março de 2015.
Embora os empresários da indústria tenham começado a enxergar um futuro melhor para o ambiente de negócios, a avaliação da atual situação da economia continuou bastante deprimida. Mesmo com uma alta de 3,7 pontos no mês, essa variável ainda está em 22,6 pontos, muito distante ainda da linha divisória dos 50 pontos. Já a percepção sobre a situação das indústrias hoje passou de 32,7 pontos para 33,9 pontos em maio. A pesquisa foi realizada com 3.137 empresas entre os dias 2 e 12 deste mês.