Mais de 280 diretores de meios de comunicação e jornalistas, reunidos em Punta Cana (República Dominicana), reforçaram nesta segunda-feira a defesa da liberdade de imprensa. O documento é resultado do encontro semestral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol).
A reunião ocorreu entre sexta-feira passada e ontem. Havia delegados de 22 países. O relatório lamenta a continuação de um ambiente negativo para a liberdade de expressão nas Américas, com "assassinatos de jornalistas, impunidade ameaças, repressão, restrições, leis que ameaçam a privacidade, controle das redes sociais, pressão sobre os meios de comunicação e jornalistas por parte de governos, políticos, traficantes de drogas e outros criminosos", com "limites à informação pública e leis eleitorais prejudiciais à democracia".
A SIP, porém, ressalva que, "na Argentina, em Cuba, no Paraguai e na República Dominicana", há mudanças positivas – "em alguns casos, parcialmente". É destacado o caso do novo governo argentino, que deixou para trás a prática de "agressão contra a imprensa independente" e "eliminou a subvenção de publicidade oficial para veículos relacionados a amigos do governo", além de ter apresentado projeto de acesso à informação pública.
Sobre Cuba, a SIP festeja que se suavizou o tratamento à mídia internacional. A entidade ressalva que "há muito o que melhorar", mas mostra otimismo em razão da aproximação com Washington. No Paraguai, a SIP elogia a elucidação de crimes contra jornalistas e o acesso mais fácil à informação pública.
Uma lamentação especial se deu em relação à morte se jornalistas em seis dos países que estavam representados. No total, são 12 jornalistas assassinados neste semestre – quatro no México, quatro no Brasil, um na Colômbia, um em El Salvador, um na Venezuela e um na Guatemala.