O juiz federal Sergio Moro determinou nesta terça-feira a prorrogação por mais 15 dias do inquérito que investiga o ex-senador Gim Argello (PTB/DF), preso no último dia 12 de abril, na 28ª fase da Lava-Jato. A Polícia Federal (PF) suspeita que o ex-parlamentar teria extorquido empreiteiras para evitar a convocação dos executivos das empresas nas CPIs da Petrobras no Senado e no Congresso, em 2014.
A decisão do juiz atende à solicitação da PF, que apontou a necessidade de prazo maior para analisar todo o material apreendido na 28ª etapa da operação. O prazo inicial do inquérito venceu nesta terça, mas com o novo prazo, os investigadores têm até o próximo dia 11 de maio para concluir o procedimento.
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"Apesar das provas já referidas na decisão em questão, apontando, em cognição sumária, provas de materialidade de crimes e indícios de autoria em relação ao investigado, afigura-se salutar conceder mais tempo à Polícia Federal para melhor análise do material apreendido", assinala Moro em despacho desta terça-feira no qual ele ainda ressalta que não será concedido outro prazo extra.
Argello teria tomado dinheiro de Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e de Léo Pinheiro, da OAS. Da UTC teria recebido R$ 5 milhões – valor destinado a quatro partidos nas eleições de 2014. Da OAS, outros R$ 350 mil, destinados à Paróquia São Pedro, em Taguatinga, cidade satélite de Brasília.
Na segunda-feira, Argello foi levado para depor na PF, oportunidade para se manifestar sobre as suspeitas que a força-tarefa da Lava-Jato lança sobre sua conduta. Mas ele ficou em silêncio. Apesar disso, o ex-parlamentar quer tentar um acordo de colaboração premiada, o que sua defesa vem negando.