A 6ª DHPP concluiu o inquérito que apurou a morte de Ronaldo de Lima, 18 anos, em uma ação da Brigada Militar na área conhecida como Buraco Quente, na região da Vila Cruzeiro, Bairro Santa Tereza, em setembro do ano passado. E nenhum dos policiais militares envolvidos foi indiciado por homicídio. No entendimento da delegada Elisa Souza, eles agiram em legítima defesa.
A conclusão, segundo ela, foi baseada sobretudo no levantamento da perícia no corpo do rapaz. Ele foi morto com um tiro pelas costas, mas estava com um dos braços esticados para trás indicando, conforme a delegada, que possivelmente estivesse apontando uma arma para os policiais que o seguiam.
– É uma atitude comum naquela região. Os policiais estavam em risco e foi dado um disparo para proteger suas integridades físicas – concluiu a responsável pela investigação.
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A morte do jovem causou revolta na região da Vila Cruzeiro, quando coletivos foram incendiados e a Brigada Militar enviou reforços para conter os moradores.
Um dos policiais, no entanto, foi indiciado por fraude processual. Outros dois, por falso testemunho, ao confirmarem a cena do crime supostamente criada pelo colega.
É que a perícia concluiu que o suposto disparo de um revólver apresentado pelos policiais como sendo a arma de Ronaldo não partiu dele. Era um estojo disparado pelos próprios PMs. Apesar da alteração do local do crime, que já havia sido indicada no inquérito policial militar, concluído em janeiro, as penas previstas para estes crimes são bem mais brandas do que no homicídio – de dois anos.
O inquérito foi entregue à Justiça e caberá ao Ministério Público decidir se fará a denúncia pelos crimes apontados pela Polícia Civil. Os policiais seguem trabalhando normalmente.
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