O vice-presidente Michel Temer (PMDB) recebeu o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, na manhã deste domingo, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Skaf faz parte de uma série de reuniões que o vice-presidente – primeiro na linha sucessória em caso de impeachment de Dilma Rousseff – tem promovido com profissionais de áreas da economia. O presidente da Fiesp teria apresentado a Temer uma proposta de ajuste fiscal sem aumento de impostos, visando a um possível governo do peemedebista.
Recentemente, Paulo Skaf disse em entrevista que não havia outra maneira de recuperar a confiança de investidores sem que houvesse um troca de governo, além afirmar que "falta confiança no governo do Brasil" e que, em caso de permanência de Dilma na presidência, "piora o desemprego e a recessão".
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A Fiesp, presidida por Skaf, é a entidade que promoveu a campanha "Chega de pagar o pato", símbolo do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que chegou a espalhar centenas de patos infláveis em frente à Esplanada dos Ministérios e tornou o pato inflável gigante em uma das imagens marcantes dos protestos na Avenida Paulista, em São Paulo. A federação não revela o valor da campanha, financiada em parte com recursos públicos.
Temer, nos últimos dias, tem realizado reuniões com aliados, economistas e ex-ministros para definir a equipe que assumirá o governo caso o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff (PT) seja aprovado pelo Senado. A votação está prevista para o dia 12 de maio.
Neste sábado, em meio a protestos em frente ao Palácio do Jaburu, Temer já havia recebido o ex-ministro das Cidades e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, além do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado para assumir o Ministério da Fazenda. O encontro de ontem também teve a presença do presidente do PMDB, senador Romero Jucá.
Um grupo de cerca de 150 pessoas fez um protesto em frente à residência oficial do vice-presidente da República. O movimento, intitulado "Escracho contra Temer", teve o objetivo, segundo os organizadores, de denunciar o "golpe" que vem sendo articulado pelo vice-presidente e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra a democracia e a presidente Dilma Rousseff. Na entrada do Jaburu, eles escreveram "QG do Golpe".