A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) decidiu, nesta quarta-feira, manter o júri popular dos acusados da morte do menino Bernardo Boldrini, ocorrida há dois anos em Três Passos, no norte do Estado.
O TJ havia sido provocado por um recurso de defensores dos réus, tentando evitar que eles fossem submetidos ao julgamento, como decidiu a Justiça do município em agosto do ano passado.
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– É o que nós queremos. Estamos lutando há dois anos para que eles sejam levados a júri e que a data seja marcada o quanto antes. Já levou muito tempo. A gente quer pena máxima para todos. Quanto mais eles ficarem é pouco para o que fizeram – afirma Eliana de Melo Machado, integrante de uma das correntes nas redes sociais que pedem justiça pela morte de Bernardo.
Ainda não há data para o júri popular. As defesas dos réus preferiram não dar entrevista, mas disseram que vão analisar se ingressarão com recurso.
A ação entrou em pauta no TJ em janeiro, com um voto contrário aos interesses dos réus, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto.
São acusados da morte de Bernardo o pai dele, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, além de Edelvânia e Evandro Wirganovicz, que são irmãos.
Leandro, Graciele e Evandro alegam nulidades no processo e pedem as suas impronúncias, decisão por meio da qual o juiz conclui que não há provas da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação para levar o acusado a julgamento perante o Tribunal do Júri. Como alternativa, pedem a desclassificação do delito de que são acusados, de modo a evitar o júri popular.
Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos, e o corpo foi encontrado 10 dias depois, a 80 quilômetros de casa, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio.
Edelvânia, amiga da madrasta Graciele, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada. Foi identificada, pela perícia, presença do medicamento Midazolam (sedativo) no estômago, rins e fígado da vítima. Os quatro réus estão presos preventivamente aguardando julgamento.
*Zero Hora