De passagem pela festa de aniversário do ex-presidente José Sarney realizada na noite de segunda-feira, em Brasília, a comitiva de senadores do PSDB foi recebida com afagos e a informação de que a família Sarney tem operado pela aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Entre os presentes no encontro estavam o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e os senadores Aloysio Nunes (SP) e Tasso Jereissati (CE).
Leia mais
Collor apresenta a Temer plano de "reconstrução nacional"
Aécio diz que PSDB não deverá se opor a convites para integrar governo Temer
Lula contou estar preocupado com desdobramentos políticos, diz Renan
A informação de que o clã Sarney entrou em campo para assegurar o apoio dos deputados da bancada do Nordeste a favor da saída de Dilma foi transmitida pela ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, filha do ex-presidente.
– Para nós foi uma surpresa porque até então não sabíamos do posicionamento deles –, afirmou um dos tucanos presente na festa.
– Sou do grupo do Sarney e, apesar de ter votado contra, sei que a Roseana conversou com alguns deputados do grupo que ficou do lado do Michel Temer e a favor do impeachment –, afirmou à reportagem o deputado João Marcelo Souza (PMDB-MA).
As ações de Roseana também tinham como objetivo atingir o atual governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que trabalhou contra o processo de impeachment. Paralelamente às ofensivas de Roseana junto aos deputados do Nordeste, o líder do PV, Sarney Filho (MA), também assegurou 100% dos votos da bancada a favor do impedimento de Dilma.
Para integrantes da oposição, as ações dos dois filhos de Sarney revelam que o ex-presidente também tem contribuído para os avanços do processo de afastamento de Dilma no Congresso. Sarney, junto com presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador Jader Barbalho (PA) vinham sendo, dentro do PMDB, os principais críticos ao processo.
Apesar dos sinais trocados, há um entendimento entre os opositores de que o grupo também não deverá criar obstáculos no Senado. Um primeiro gesto neste sentido foi o pedido de demissão, na quarta-feira passada, pelo então ministro dos Portos, Helder Barbalho (PA), filho de Jader.
– Acho que neste momento não tenho direito de constranger o meu partido –, disse Helder após deixar a carta de demissão no Palácio do Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.