Voto número 342
Virou tarefa de gincana no Congresso descobrir de quem poderá ser o voto número 342, decisivo para a admissibilidade do processo de impeachment na Câmara. Ainda sem saber como seria a ordem exata de chamada dos parlamentares no domingo, o deputado Osmar Terra (PMDB-RS) manuseava os mapas com as projeções de voto para tentar projetar algum nome. Se começar pela bancada do Sul e terminar com a do Norte, ele estima que poderá ser um representante do Acre.
Além da indefinição sobre a ordem, como a adesão ao impeachment é a cada dia maior na Câmara, fica mais difícil prever quem será.
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Referências
Articulador da saída do PP da base governista, Jerônimo Goergen (PP-RS) será um dos oradores do partido nas discussões sobre o impeachment que começam nesta sexta-feira. Em seu discurso, o parlamentar vai citar um artigo do ex-governador Tarso Genro, publicado em 1999, no qual o petista chamava Fernando Henrique Cardoso de "presidente fora da lei". No texto, Tarso afirmava que o ex-presidente havia cometido crime de responsabilidade ao cooptar deputados oferecendo vantagens políticas.
Paulo Germano mostra, em vídeo, o QG onde Lula articula a defesa de Dilma:
Maratona
Com a previsão de que a primeira sessão de discussões sobre o impeachment invada a madrugada de sábado, deputados e deputadas levarão para os gabinetes mudas de roupa e lanches para a maratona no plenário.
Os substitutos
Com a percepção de que a onda pró-impeachment é crescente, já se fala nos bastidores do Congresso sobre a composição do eventual governo Michel Temer. No PSDB, os senadores José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE) são cotadíssimos. Entre outros nomes, também são citados Armínio Fraga e Nelson Jobim.
– Defendo que a gente dê apoio político e parlamentar para que sejam feitas as mudanças e reformas que o Brasil precisa, mas sem entrar para o governo ou fazer repartições de cargos. Se alguém entrar, tem de ser na cota pessoal do Michel, por conta de critérios de competência e capacidade – defende o deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS).
Ele entende que é preciso construir um "governo suprapartidário" para enfrentar a crise.