O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), autorizou, nesta segunda-feira, o pagamento de passagem aérea para o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e seu advogado se deslocarem a Brasília para prestar depoimento no processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano é uma das testemunhas de acusação contra o peemedebista e será ouvido na terça-feira.
Na última semana, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), havia anunciado que, se a Câmara se recusasse a custear a passagem, ele pagaria do próprio bolso. Alguns conselheiros se propuseram a fazer uma "vaquinha" para garantir a vinda de Baiano.
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Para esta semana também está previsto o depoimento de João Augusto Henriques, ex-dirigente da BR Distribuidora. Por estar preso, Henriques será ouvido em Curitiba. O colegiado tem até meados de maio para concluir os trabalhos, aprovando ou arquivando o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
Documentos
Na última sexta-feira, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou ao Conselho os documentos relativos às investigações sobre o presidente da Câmara. Na Casa, Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras no ano passado, ao negar que tivesse contas secretas no exterior. O relatório de Marcos Rogério deixou de fora as acusações de recebimento de vantagens indevidas contra o peemedebista.
Os documentos enviados ao colegiado fazem parte do conjunto de provas solicitado pelo relator como parte das investigações contra o peemedebista. Há duas semanas, o Banco Central encaminhou ao Conselho documentos que atestam que as contas de Cunha na Suíça nunca foram declaradas às autoridades brasileiras. Entre os documentos solicitados por Rogério, ainda falta o compartilhamento de informações pela Procuradoria-Geral da República.
*Estadão Conteúdo