Depois de mais de 34 horas, a Câmara dos Deputados encerrou a primeira sessão de discussão sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no Plenário. Às 18h58min, dois minutos depois da última fala da sessão de sexta, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, abriu oficialmente o espaço para os discursos individuais dos deputados, previsto inicialmente para começar às 11h.
Nesta, que é a sessão antecede a votação marcada para as 14h de domingo, havia inicialmente 170 deputados pró-impeachment inscritos para falar e 79 contra, com tempo de três minutos cada. Entretanto, 60 políticos de 14 partidos de oposição abriram mão do discurso para agilizar a sessão. A decisão foi tomada após reunião de líderes, conduzida pelo relator do processo, Jovair Arantes (PTB-GO), e pode resultar em um ganho de seis a sete horas no processo.
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Às 11 horas deste sábado, estava previsto o início de uma nova sessão para continuar a discussão do parecer. No entanto, diante da continuidade dos debates de sexta-feira, a sessão ainda não tem prazo para começar. Os deputados inscritos na véspera terão três minutos, cada um, para falar. Haverá duas listas de inscrição, uma contra e uma a favor do impeachment. A chamada será feita em ordem alternada, um deputado de cada posicionamento. Não há horário para terminar a sessão. Se todos falarem – sem interrupção – serão novamente mais de 25 horas de debate.
No domingo, a partir das 14 horas, acontecerá a sessão de votação do parecer. O relator Jovair Arantes terá 25 minutos para se pronunciar, e os líderes falarão em seguida por até 10 minutos cada. O início da votação está previsto para as 15h, e cada deputado terá apenas 10 segundos para manifestar o seu voto ao microfone aberto. Eles serão chamados em voz alta.
Durante a votação, não serão permitidos encaminhamentos dos líderes nem apresentação de questões de ordem pelos deputados. Cunha disse esperar que a votação esteja concluída por volta das 21 horas.
Se aceito pela Câmara, o processo segue para avaliação do Senado, que deve instalar uma comissão para analisar o impeachment. A expectativa é de que os senadores votem a abertura do processo no início de maio. Se metade da Casa aceitar a denúncia, Dilma é afastada por 180 dias. O vice-presidente, Michel Temer, então, assumiria a presidência no período.