O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) disse nesta segunda-feira que a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff é uma "resposta ao clamor da sociedade, que pede a correta aplicação de recursos públicos".
A afirmação do relator ocorreu durante a defesa de seu texto na sessão da comissão especial que analisa a destituição da presidente. O encontro começou por volta das 11h. Rebatendo críticas, Arantes declarou que o seu parecer foi elogiado pelos principais jornais do país e por juristas.
– Quem guiou a elaboração do relatório foi a Constituição – mencionou o relator.
Leia mais
AO VIVO: comissão vota parecer sobre impeachment de Dilma
Comissão do impeachment começa com leitura da oração de São Francisco
Deputados da comissão do impeachment discutem por causa de fila
Ao citar as chamadas pedaladas fiscais, Arantes comentou que "existem indícios da má-fé da presidente da República". O relator ainda afirmou estar "convicto" de que sua análise leva à conclusão de que há "fortes indícios" de que as transações financeiras feitas pelo governo Dilma se configuram como crime de responsabilidade.
O plenário onde se realiza a comissão do impeachment está lotado, a ponto de o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que chegou às 11h15min, ter tido dificuldade de encontrar uma cadeira vazia. Um assessor da Câmara cedeu o lugar para o parlamentar.
Pequenos cartazes com os dizeres "impeachment já" e "impeachment sem crime é golpe" continuam em destaque diante dos deputados opositores e aliados da presidente.
Arantes também classificou as críticas ao seu relatório como "naturais de quem não tem razão". Ao admitir estar exausto com o trabalho, garantiu que tomou todo o cuidado para apresentar um texto dentro dos requisitos técnicos e jurídicos exigidos pela lei e reafirmou que há indícios suficientes para que o processo tenha andamento.
– Lembro que estamos apenas na fase de admissibilidade. Não há condenação, e não estamos afastando a presidente. Devemos analisar apenas se há condições para o andamento do processo. É lá (no Senado) que haverá o julgamento. Se não houver crime, a presidente será absolvida – disse, completando que não existe razão para que as investigações não tenham continuidade.
Ao rebater ponto a ponto as declarações de representantes do governo, entre eles, o ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União, que acompanha a sessão ao lado do presidente do colegiado, Rogério Rosso, o relator disse que "nulos são os argumentos de quem defende esta tese".
– Esses são os argumentos de quem não tem argumento. A estratégia natural de quem não tem razão – afirmou.
*ZERO HORA COM AGÊNCIA BRASIL E ESTADÃO CONTEÚDO