O crescente número de assaltos e roubos a ônibus, lotações e táxis na Capital levou a polícia a mudar a estratégia para reduzir este tipo de crime. Durante a manhã desta sexta-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) inaugurou uma força-tarefa especializada em assaltos ao transporte público.
Leia mais:
Assaltos a ônibus e lotações viram rotina em Porto Alegre
Rodoviários são vítimas de assalto em terminal de ônibus em Porto Alegre
Crise na Segurança: os relatos de quem foi vítima da violência
A estratégia é unificar as investigações em uma única unidade para dar mais agilidade ao processo de identificação de bandidos e desarticulação de grupos criminosos. Conforme o delegado Marco Antônio Duarte de Souza, um dos responsáveis pela operação, o mês de janeiro registrou um número de ocorrências duas vezes maior que a média mensal do ano passado.
Em 2015, foram 1530 roubos e assaltos, cerca de 120 por mês. Somente em janeiro deste ano, entretanto, foram registradas 241 ocorrências.
– Levando em consideração esses números, vemos que é uma providência oportuna, que poderá refletir positivamente na mobilidade da cidade. Já existe uma gama de informações sobre esse tipo de crime, mas agora vamos reunir as informações e otimizar as investigações – afirmou Souza.
Até então, investigações eram feitas separadamente em cada delegacia onde a ocorrência era registrada, o que dificultava a reunião de dados. Souza explica que as vítimas poderão continuar registrando as denúncias nas delegacias mais próximas, mas, a partir de agora, as investigações serão todas concentrada em um só local.
A sede da força-tarefa, que começou a operar já no início da semana, fica no prédio da 2ª Delegacia de Polícia da Capital, na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus. Foram designados para o trabalho, além de Marco Antônio Duarte de Souza, o delegado Carlos Wendt, que antes atuava na 20ª DP, e outros agentes. Além das investigações, o delegado Souza explica que o grupo irá atuar também na rua:
– É uma delegacia operacional, vamos fazer o combate tanto preventivo como repressivo. Algumas ações já serão realizadas nos próximos dias, mas manteremos em sigilo as linhas de ônibus mais atingidas para poder executar as operações.
Agentes da Brigada Militar também deverão auxiliar no combate ostensivo, destacando equipes durante a Operação Avante para coibir este tipo de crime.
O chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Emerson Wendt, que participou da coletiva de imprensa, destacou que a criação da força-tarefa foi motivada também pela reivindicação dos rodoviários e outras forças sindicais, que pedem maior segurança durante o trabalho.
– Os trabalhadores nos trouxeram suas demandas, e, a partir daí, se criou uma estratégia para dinamizar o trabalho policial e reunir um serviço de inteligência para esse tipo de crime – justificou.
Estiveram presentes ainda durante a coletiva de imprensa o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Mário Ikeda; o subchefe de Polícia, delegado Leonel Fagundes Carivali; o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Edilson Chagas Paim; e o diretor da DPRPA, delegado Cléber Ferreira, além de profissionais e representantes do transporte coletivo e entidades de classe.