A porta-voz da Rede e ex-presidenciável Marina Silva disse que a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff é como se o regime presidencialista do país fosse alterado sem mexer na Constituição, com dois comandos e criando uma ambiguidade.
– Vamos ter a figura de duas pessoas como se tivéssemos dois presidentes da República – disse Marina em entrevista à Jovem Pan.
Leia mais
Nomeação de Lula é absolutamente condenável sob todos os aspectos, diz Aécio
Nomeação de Lula "dispõe de preocupação" do STF, diz Gilmar Mendes
Para oposição, Lula está fugindo da Justiça ao se tornar ministro
Na avaliação de Marina, a crise no país é muito grave e requer serenidade para resolver.
– Buscar paliativos para resolver só agrava a situação – disse, ressaltando que existem indícios de que o dinheiro da corrupção foi usado para a chapa Dilma/Temer (nas eleições presidenciais de 2014) e o governo Dilma fica buscando sobrevida para encontrar uma saída, "mas a Operação Lava-Jato vai demovendo essas (tentativas de) saídas".
A ex-senadora diz que essa indicação de Lula deixa na sociedade a impressão de que ele não está indo para o governo para contribuir com o país, mas sim como uma forma de se eximir dos processos de investigação hoje em curso contra ele. Para Marina, há indícios que favorecem o impeachment, mas, no seu entender, a solução ideal seria a realização de novas eleições no país.
– Com isso, todos os partidos poderiam se colocar novamente (na arena política) para serem julgados pela sociedade.
*Estadão Conteúdo