Em meio à movimentação de lideranças do PMDB no Congresso para a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB -PI), afirmou que sem "motivo jurídico", o afastamento da presidente teria "outro nome".
Castro defendeu a permanência do partido no governo, apesar da pressão pelo desembarque na convenção da sigla, no próximo dia 29. Segundo o ministro, o partido atua com "previsibilidade" e "não pode dar às costas" ao país em momento de crise.
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Questionado se permaneceria no cargo mesmo com decisão contrária da convenção do partido, Castro afirmou apenas que "se nós não sairmos, o PMDB não saiu". O ministro também disse não ter pensado sobre a possibilidade de se licenciar do cargo para voltar à Câmara dos Deputados e votar contra o processo de impeachment.
– A presidente tem um mandato dado pelo povo. Esse mandato só pode ser interrompido se houver fato jurídico, um crime de responsabilidade. E não há nenhuma pessoa no Brasil, razoável, sensata, equilibrada, que possa dizer, nem de longe, que a presidente Dilma tenha cometido crime de responsabilidade. Um impeachment sem causa geradora, tem outro nome que não impeachment – afirmou Castro em evento no Rio.
O ministro citou o presidente do Senado, Renan Calheiros, que na quarta-feira já havia afirmado que, sem "caracterização" jurídica, o impeachment em análise pelo Congresso "teria outro nome". Calheiros terá papel fundamental na apreciação do processo, após votação na comissão especial criada na Câmara.
Segundo o ministro Marcelo Castro, todos os sete ministros do PMDB trabalham pela permanência no governo. O grupo se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff e expressou a intenção de trabalhar pela manutenção da aliança com o PT.
– O PMDB tem sido, ao longo da história, o partido da estabilidade, governabilidade e previsibilidade. Não é perfil, não está no DNA do PMDB, no momento que o país precisa, o partido virar as costas. Somos sete ministros do PMDB que ajudamos a eleger a presidente Dilma pela segunda vez. Estamos ajudando a governar juntos. Não há nenhum motivo jurídico para o impeachment – afirmou o ministro.
*Estadão Conteúdo