O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta sexta-feira qualquer viés político no 4º Seminário Luso Brasileiro de Direito, que será realizado em Lisboa entre os dias 29 e 31 e do qual irão participar quadros importantes do PSDB, entre eles o senador Aécio Neves, que almeja a cadeira de Dilma Rousseff.
Segundo o ministro, o evento na capital portuguesa foi planejado há um ano. O seminário é promovido em sua quarta edição pelo Instituto Brasiliense de Direito Público, da qual Gilmar Mendes é sócio-fundador, e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
– Não existe nada disso, não tem conspiração, esse é um encontro para debater ideias e trocar conhecimentos com a comunidade internacional – afirma o ministro do Supremo Tribunal Federal. – O evento foi todo planejado há um ano. E é o quarto seminário da série.
Leia mais
Governo busca apoio no PMDB, e Michel Temer articula saída
Como pretendem votar os membros da comissão do impeachment
Fachin será relator de pedido de Lula para suspender decisão de Gilmar Mendes
Ao reunir nomes importantes da Justiça, do Direto e da política brasileira em Lisboa, a partir da próxima terça-feira, para debater a Constituição e a crise política e econômica que atinge o país, o 4º Seminário Luso-Brasileiro de Direito passou a ser visto como palco para uma suposta teoria da conspiração. Na sexta-feira da semana passada, o ministro acolheu liminarmente mandado de segurança de dois partidos políticos e barrou a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil do governo Dilma.
Ele também determinou a remessa dos autos da investigação que pegou o petista para o juiz federal Sergio Moro – esta semana, outro ministro, Teori Zavascki, acolheu a reclamação do governo e tirou das mãos de Moro os autos que citam Lula.
Além de Gilmar Mendes, o encontro de Lisboa reunirá mais um ministro do STF, Dias Toffoli, pelo menos dois ministros do Superior Tribunal de Justiça – João Otávio Noronha e Ricardo Villas-Bôas Cuevas –, um ministro do Tribunal Superior do Trabalho Guilherme Caputo Bastos, o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Aroldo Cedraz, e o subprocurador-geral da República, Paulo Gonet Branco.
Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP) e Jorge Viana (PT-AC), e o deputado federal Paes Landim (PTB-PI) participarão do evento, além dos professores da Faculdade de Direito da USP Heleno Torres e Manoel Gonçalves Ferreira Filho, do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Antônio César Bochenek, do ex-advogado-geral da União Luis Inácio Adams e do ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
O seminário será dividido em cinco painéis: 1) Remédios institucionais para bloqueios críticos do sistema político; 2) Governabilidade e controle do poder; 3) Os direitos sociais em tempo de crise financeira; 4) Globalização e regulação supranacional - BEPS (Base Erosion and Profit Shiting) da OCDE: vigência da BEPS nos países europeus e no Brasil; e 5) Os sistemas políticos em avaliação em tempo de crise.