"Tem dois caras armados soltos aqui no meu andar do Hospital Cristo Redentor. Se alguém puder chamar a polícia". A mensagem foi postada em uma rede social minutos antes de Éverton Cunha Gonçalves, 25 anos, ser morto com dois tiros na cabeça em um dos quartos do setor de traumatologia do hospital, na tarde de terça. Um alerta que, segundo os funcionários, escancarou a falta de controle no acesso ao hospital.
– No andar onde aconteceu o crime, instalaram há quatro meses uma porta que só deveria dar acesso a quem apresenta o crachá. Eu nunca vi essa posta fechada – conta uma médica que trabalha há dois anos no Cristo Redentor.
Segundo ela, a mesma facilidade acontece na entrada ao hospital. Por ironia, a mãe de Éverton foi impedida de visitá-lo no último sábado. Ela havia esquecido a carteira de identidade.
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Éverton estava internado desde o dia 20 deste mês e aguardava uma cirurgia. Ele não tinha qualquer antecedente criminal e, segundo o delegado Cassiano Cabral, da 3ª DHPP, não há até o momento nenhum elemento que o incrimine. A polícia não descarta que ele tenha sido executado por engano. No mesmo andar onde aconteceu o crime, conforme a polícia, havia um homem sob custódia em atendimento. Funcionários relatam, no entanto, que não havia nenhum policial militar no terceiro andar por volta das 13h30min de terça.
A polícia ainda tenta ter acesso às imagens das câmeras de monitoramento do hospital para identificar os criminosos. Os investigadores ainda não sabem sequer se a suposta dupla entrou no local a partir do ambulatório ou se identificando como visitantes.
– Temos por enquanto somente uma descrição vaga de dois homens pardos. Um vestindo uma camiseta vermelha e outro, cinza. Tudo ainda é muito preliminar – esclarece o delegado responsável pela investigação.
No intervalo de um ano e meio, este foi o segundo assassinato a tiros dentro do Hospital Cristo Redentor. Em dois anos, o terceiro episódio de tiros na casa de saúde.
– O que nos preocupa muito é que, se a direção tomasse as medidas simples de segurança que se comprometeu a fazer, como identificar as pessoas, limitar os acessos, isso poderia nunca acontecer – critica a médica.
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