O ministério da Saúde do Chile manifestou nesta quinta-feira sua crítica às chamadas terapias de reorientação de homossexualidade que supostamente buscam "curar" a condição de pessoas homossexuais e as qualificou de "grave ameaça para a saúde".
"Como ministério da Saúde, consideramos que as práticas conhecidas como 'terapias reparativas' ou de 'reconversão' da homossexualidade, representam uma grave ameaça para a saúde e o bem estar, inclusive a vida, das pessoas afetadas", informou um comunicado do ministério.
A nota foi uma resposta ao pedido do Movimento de Integração e Liberação Homossexual (Movilh), que solicitou ao ministério da Saúde que desse sua opinião sobre estas práticas.
A carta do ministério chileno retoma "as declarações da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e de diversas instâncias defensoras de Direitos Humanos", das quais faz parte esta repartição do estado.
"Com esta declaração, o ministério se atualizou em matéria de direitos humanos", manifestou o Movilh.
Tais terapias usam métodos para conseguir mudar a orientação sexual de pessoas homossexuais ou bissexuais, e no Chile são promovidas por organismos não-governamentais.
Em outubro passado entrou em vigor no país o Acordo de União Civil (AUC), uma medida para legalizar a situação dos casais de igual ou diferente orientação sexual. No entanto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não é permitido.
O Chile é um país onde a Igreja Católica ainda tem uma grande influência, onde o divórcio só foi estabelecido em 2004.
A sodomia só foi descriminalizada há 15 anos e o aborto ainda não é permitido em nenhum caso, embora se discuta no Parlamento uma iniciativa para descriminalizar o aborto em casos de risco de vida para a mãe, feto não viável ou estupro.
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