Nesta terça-feira completa-se exatamente um mês em que Stéphanie Freitas, 24 anos, está internada na Casa de Saúde de Santa Maria. Ela é a principal suspeita de ter matado a sua ex-companheira, Helenara Pinzon, 22 anos, a facadas, em 5 de dezembro, no apartamento onde as duas moravam, na Rua General Neto, no centro de Santa Maria. Logo depois do crime, por volta das 11h30min daquele dia, policiais militares prenderam Stephanie, que estava em estado de choque. Eles precisaram arrombar a porta do imóvel para entrar no local.
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A suspeita está com a prisão preventiva decretada e tão logo dê alta do hospital deve ir para o Presídio Regional de Santa Maria. Os familiares de Helenara estão indignados com a permanência dela na Casa de Saúde e não descartam a possibilidade de fazer um protesto em frente à instituição.
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- Lugar de assassina é na cadeia, não no hospital. Ela está fingindo, tenho certeza. A minha mãe está à base de anti-depressivo e remédios para controlar a pressão, mas nem por isso está no hospital - reclama Renato Soares, irmão de Helenara.
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O advogado do pai de Helenara, Antônio Carlos Porto e Silva, não descarta tomar providências para que a prisão preventiva seja cumprida.
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- Ela está há um mês em estado de choque. Isso é um absurdo, , uma palhaçada, uma grande vergonha. Tenho 30 anos de profissão e nunca tive um caso como esse. Eu não sou médico, respeito a decisão que diz que ela ainda precisa ficar (no hospital), mas, é uma responsabilidade dele. Só fico espantado com esse estado de choque que não passa nunca. Não fizemos nenhum pedido ainda, mas vamos tomar providências - afirma Porto.
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Um dos advogados de Stéphanie, Bruno Seligman de Menezes, diz que "quem define a internação são os médicos". Ainda não há previsão de alta para a suspeita.
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Por meio de sua assessoria de comunicação, o Hospital Casa de Saúde disse que não vai comentar o caso.
Acesso ao Facebook
O irmão de Helenara, Renato Soares, afirma que notou que o perfil de Stéphanie no Facebook apareceu online em alguns momentos e que mensagens enviadas por ele a esse perfil foram visualizadas. Para o familiar, não há dúvidas de que a suspeita está com acesso à internet no hospital.
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Mas de acordo com Seligman, familiares da suspeita pegaram a senha do perfil dela e levaram até o escritório do defensor. No local, eles acessaram a conta e leram conversas que poderão servir para construir a linha de defesa durante o processo.
Além disso, foram listados comentários ofensivos feitos na rede social contra Stéphanie. O advogado diz que as pessoas que a ofenderam em sua página na internet serão citadas criminalmente por injúria e difamação e na justiça cível por danos morais.
Internação vai durar o tempo que o médico julgar necessário
Apesar da indignação de familiares de Helenara Pinzon, especialistas explicam que Stéphanie Freitas tem o direito de ficar internada por quanto tempo for necessário, caso haja respaldo médico. O tempo da prisão preventiva, nesses casos, só passa a ser contado a partir do dia em que a suspeita receber alta hospitalar. No caso de Stéphanie, a prisão preventiva foi decretada por tempo indeterminado.
- Enquanto houver necessidade, ela pode ficar internada. Quem governa a sua vida, neste momento, é o médico - explica o ex-juiz de direito e professor universitário João Batista Costa Saraiva.
Especialistas ouvidos pelo "Diário" explicam que a necessidade de internação depende muito do quadro do paciente. Os profissionais não arriscam a fazer um prognóstico sem ter informações mais detalhadas de Stéphanie, mas afirmam que a internação por esse tempo não é incomum.
- É preciso realizar um exame de estado mental e se ela não tiver todas as condições psicológicas recuperadas é necessário continuar o tratamento - explica o psicólogo César Bridi.
Jean Von Hohendorff, psicólogo e doutorando e psicologia, acredita não ser "nenhum absurdo" a internação já durar um mês.
- O estado de choque costuma ser caracterizado por uma espécie de desconexão com a realidade. O objetivo a curto prazo deverá ser o de estabilizar a jovem, o que parece estar ocorrendo por meio de medicação. Depois disso, é feita a avaliação. Só então é possível dar o encaminhamento mais adequado em termos de tratamento - afirma.