Homens armados atacaram, com tiros e explosivos, o Hotel Splendid e o Café-Restaurante Cappuccino, ambos localizados em Ouagadougou, capital do Burkina Faso, nesta sexta-feira.
O ataque causou a morte de pelo menos 26 pessoas e deixou feridos, a maioria estrangeiros. Além disso, os criminosos fizeram reféns, entre eles o ministro Clément Sawadogo.
O ataque começou por volta das 19h30min locais (17h30min de Brasília), quando pelo menos três indivíduos mascarados entraram no hotel. O grupo Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) reivindicou a autoria da ação.
Neste sábado, a polícia de Burkina Faso resgatou 126 reféns do hotel Splendid, entre eles o ministro Sawadogo.
Durante o ataque, também houve um incêndio no local, iniciado após a invasão de policiais, que se retiraram em seguida, em meio à gritaria. Um veículo atingido pelo fogo no hotel explodiu, sem deixar feridos.
O exército iniciou na madrugada deste sábado uma operação com a colaboração de militares americanos e franceses para libertação dos reféns no hotel.
O país teve recentemente sua primeira eleição presidencial desde um golpe e estado ocorrido no ano passado. O golpe derrubou o ditador Blaise Compaore, que governou por 27 anos.
As autoridades locais prepararam o assalto ao hotel com o apoio "de forças estrangeiras, especialmente francesas". Os Estados Unidos, que têm 75 militares em Burkina Faso envolvidos no combate aos jihadistas que operam no Sahel, anunciaram seu apoio às forças francesas em torno do hotel.
"A França pediu apoio imediato de ISR (vigilância aérea, drones) e estamos atendendo". Ao menos um militar americano "está dando assistência e assessoramento às forças francesas no hotel", disse um alto funcionário do Pentágono.
O chanceler Alpha Barry confirmou à AFP que havia "reféns" e que agressores permaneciam entrincheirados no hotel, cercados pelas forças de segurança.
"Sabemos que há vítimas e reféns. Atualmente, as forças da ordem bloqueiam a zona à espera do assalto para libertar os reféns", acrescentou o ministro Barry.
O grupo armado também atacou o café e restaurante Cappuccino, muito frequentado à noite e que dispõe de um pequeno terraço que dá para a avenida Nkrumah.
Vários tiros e explosões sacudiram a zona do Splendid e do Cappuccino, dois estabelecimentos frequentados por estrangeiros na capital de Burkina Faso.
Testemunhas informaram que ao menos três homens armados e com turbantes participaram do ataque.
Um grupo vinculado à Al-Qaeda na África reivindicou a autoria do atentado, informou o centro americano de vigilância de sites jihadistas (SITE).
Os "irmãos mujahedines" da Al-Qaeda no Magreb islâmico "irromperam no restaurante de um dos maiores hotéis da capital de Burkina Faso e agora estão entrincheirados. Os choques continuam contra os inimigos da religião", diz a mensagem em árabe da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi).
O Splendid, um dos principais hotéis da cidade, tem 147 quartos e é utilizado com frequência por ocidentais e por funcionários das Nações Unidas.
O ataque ocorreu menos de dois meses após o atentado jihadista contra o hotel Radisson Blu de Bamako, capital do Mali, que deixou 20 mortos, incluindo 14 estrangeiros, em 20 de novembro.
Dois grupos reivindicaram o ataque: Al-Murabitun, do argelino Mokhtar Belmokhtar, e a Frente de Libertação de Macina (FLM, movimento jihadista malinense).
Em outra ação, na tarde desta sexta, as forças de ordem foram atacadas em uma localidade do norte do país, na fronteira com o Mali.
Por volta das 14h (12h de Brasília), cerca de 20 indivíduos não identificados, com armas pesadas, lançaram um ataque contra as forças da ordem em missão na cidade de Tin Abao, localidade situada próximo de Tin Akoff, a 40 km de Gorom-Gorom.
O "número provisório" é de "dois mortos, um policial e um civil, e dois policiais feridos, um deles com gravidade".