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Sessão na Câmara

Pinato diz ter sofrido ameaças e pede investigação da PF

O objetivo é aprovar o projeto e encaminhar para votação em plenário

Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Fausto Pinato (PRB-SP) deixou de ser relator do processo contra Cunha nesta quara-feira

O deputado Fausto Pinato (PRB-SP) anunciou nesta quarta-feira que pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal abra inquérito para investigar supostos crimes de ameaça que teria sofrido enquanto estava na relatoria do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética.

Em entrevista coletiva poucas horas após ser destituído do cargo, Pinato voltou a relatar as ameaças que ele e familiares teriam sofrido e deu a entender que teria recebido, inclusive, propostas financeiras para salvar Cunha em seu relatório.

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De acordo com o deputado, ele e seu motorista foram abordados em aeroportos por "pessoas desconhecidas".

- Falaram para eu pensar na família, que tinha filho pequeno, irmão pequeno - contou. - Recebi aconselhamentos para pensar na minha vida pessoal, pensar no meu futuro - acrescentou, sinalizando propostas financeiras.

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Segundo ele, as ameaças só pararam porque ele tomou medidas "cabíveis", contratando segurança particular e emprestando de um amigo um carro blindado para sua família.

- Também tenho um PM dormindo dentro da minha casa - disse.

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Pinato ressaltou que tem como testemunha o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes. O parlamentar contou que, além da conversa reservada com o ministro da Justiça, procurou Moraes para fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.) "reservado", para que não vazasse à imprensa. O deputado justificou que tomou tais medidas de forma secreta porque não queria que isso interferisse nos trabalhos do Conselho de Ética.

- Não posso dizer de onde as ameaças partiram - afirmou.

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O deputado e aliados, contudo, já tinham relatado que ele vinha sofrendo ameaças no fim de novembro, inclusive no plenário da Câmara. Diante dos relatos, o presidente da Casa enviou ofício à Polícia Federal pedindo abertura de inquérito para investigar o caso. A PF, contudo, negou pedido de Cunha. O órgão justificou que, de acordo com o Código Penal, crimes de ameaça só podem ser investigados se houver representação da própria vitima. Foi então que Pinato procurou o ministro José Eduardo Cardoso e fez o pedido.

Medo de morrer

Pinato contou que decidiu antecipar a apresentação de seu relatório por medo de morrer.

- Protocolei sim antes, porque fiquei com medo de morrer. E eu queria terminar minha missão e protocolar um relatório em cima da minha consciência - disse. - Só Deus e minha família sabem o que eu passei.

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Ele disse que não faz questão de voltar ao cargo de relator.

- Briguem para que votem relatório pela admissibilidade. O Brasil tem pressa, nós precisamos mostrar para o Brasil a verdade - afirmou, ressaltando que votará contra Cunha no Conselho.

O deputado destacou ainda que não denunciou nada relacionado a possíveis propostas financeiras para salvar o presidente da Câmara no colegiado, pois "questões de pressão e supostas propostas" fazem parte deste trabalho.

- Não (cheguei a denunciar nada disso) porque até a questão de pressão e supostas propostas, isso faz parte, eu acho, da pressão do parlamentar. O parlamentar tem a dignidade e obrigação de aguentar - disse. - Mas a partir do momento em que se chega perto da nossa família, isso se torna um pouco mais absurdo - emendou.

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Chamada Geral 2ª Edição

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