A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) descartou na tarde desta quarta-feira (2) que a ordem para ataques a coletivos em Porto Alegre tenha partido de dentro da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ). Na noite de ontem, cinco ônibus e uma lotação foram incendiados na zona sul da Capital.
De acordo com a Susepe, a divisão de inteligência do órgão não apontou nenhum indício de que apenados tenham ordenado a queima dos coletivos. A Superintendência reitera que o trabalho dessa divisão é feito dentro das penitenciárias e presídios gaúchos e, até o momento, não há fatos concretos que apontem essa ligação.
A investigação
A Polícia Civil de Charqueadas já ouviu os oitos apenados que comandaram a rebelião ocorrida na terça-feira na PEJ. Em entrevista ao Gaúcha Repórter na tarde desta quarta-feira, o delegado Rodrigo Reis, responsável pela investigação, afirmou que - em um primeiro momento - foi levantada a hipótese de que a ordem tenha partido de dentro da penitenciária.
De acordo com Reis, essa possibilidade diminuiu ao longo do dia já que, até o momento, não há nenhum indício da ligação entre os crimes. No entanto, o delegado diz que não pode descartar essa possibilidade.
"Não podemos descartar nada. Neste momento não há indícios de que a ordem tenha partido de dentro da penitenciária", afirmou.
Segundo o delegado, na grande maioria dos presídios e penitenciárias do Estado as galerias são divididas por facções. No caso de Charqueadas, foram três horas de confronto entre policiais e presos da galeria 3 do pavilhão B.
Cerca de 150 brigadianos foram acionados para conter cerca de 180 apenados. Eles quebraram paredes e grades em duas frentes.
Os apenados protestaram contra a transferência de oito homens, o que foi autorizado pela Justiça devido à falta de disciplina. O grupo comandava a galeria, onde foram encontrados celulares e armas artesanais.
O delegado espera identificar outros apenados que comandaram a ação por meio de imagens das câmeras de segurança da penitenciária. Eles devem ser indiciados por dano qualificado ao patrimônio público.
A Susepe não divulga os locais para onde os detentos foram encaminhados.