Ex-marido e conselheiro de Dilma Rousseff, Carlos Araújo foi ríspido ao comentar a aceitação do pedido de impeachment por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem chamou de corrupto. Araújo disse que a oposição não tem votos suficientes para derrubar Dilma, afirmou que o impeachment não tem base social e acusou a imprensa e "uma classe média alta muito imbecil de São Paulo" pelos desdobramentos políticos do país.
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A decisão de Eduardo Cunha é uma vingança ou tentativa de barganhar a sua sobrevivência?
É uma vingança de um corrupto reconhecido. Ele está seguindo o pedido do Aécio (Neves, senador e presidente nacional do PSDB), das forças golpistas, sob a liderança do Aécio. É uma violência, uma coisa absurda. Não tem base jurídica. É um artificialismo. O Congresso Nacional é essa coisa que está aí, são capazes de qualquer coisa. Mas eles não têm votos suficientes (para aprovar o impeachment, são necessário dois terços dos 513 deputados) para impor essa violência. Isso aqui não é o Paraguai (referência ao impeachment do presidente Fernando Lugo, em junho de 2012). É uma coisa feita para intimidar, para o país continuar em dificuldade econômica e atrapalhar o processo de superação da crise.
Vai causar paralisia do país?
Eles vão tentar isso, paralisar. Mas não tem nenhuma classe social apoiando eles. Isso é fruto do desejo do Aécio Neves. Em 2018, não será ele o candidato, será o Alckmin (Geraldo, governador de São Paulo). Então ele faz isso aí, faz de conta que rompeu com o Cunha. Sairemos fortalecidos dessa vergonha para o país. País sério não faz isso.
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O governo Dilma perdeu completamente o apoio da sociedade, a base política está desgastada e há larga corrupção na Petrobras, que abasteceu o PT. Isso não serve como argumento?
Não vamos misturar as coisas. Petrobras é uma coisa a parte, vem desde o FHC. Não vamos fazer essas conversinhas. A Dilma ninguém intimida. Esse movimento não tem base social nenhuma. É uma classe média alta muito imbecil de São Paulo e essa mídia. Fizeram isso com Getúlio, Jango, são sempre os mesmos.
Entenda o processo de impeachment: