Ter o 13º salário na mão no fim de um ano em que a inflação alta afetou a renda da maioria das famílias pode ser a chance para começar 2016 com alívio no bolso. Porém, quem se atrapalhar com o dinheiro que entra a mais pode acabar em uma cilada ainda maior.
O Diário Gaúcho conversou com especialistas em economia popular que reforçam o que o consumidor consciente já sabe: antes de sair gastando com a ceia de Natal e com os presentes para a família e os amigos, quite as dívidas que tem em aberto e reserve uma parcela para as contas que chegam no começo do ano.
- Dinheiro na mão é furacão. Então, pegue o 13º e já saia pagando as dívidas. É preciso parar e pensar no futuro, senão você pode acabar contraindo uma nova dívida - aconselha o professor da Faculdade Estácio do RS, especialista em Contabilidade e Finanças, Carlos Paleo da Rocha.
Sem desculpas
Com isso, não dá para usar as festas de fim ano como desculpa para esquecer das contas que habitualmente chegam um mês depois da vinda do tão esperado salário extra:
- É falso dizer que a pessoa não tem como se preparar para os gastos de começo de ano. Ninguém pode dizer que foi pego desprevenido, porque todo ano tem IPTU e IPVA - exemplifica o economista André Massaro.
Com o hábito de fazer compras à vista e apertando ainda mais o orçamento depois de engravidar da filha Luisa, dois meses, a camareira Aline Ariane Lemos da Silva, 25 anos, pôde usar a primeira parcela do 13º salário para realizar um desejo dela e do marido, o auxiliar de serviços gerais João, 33 anos.
Quase pronto
Está quase pronto o puxadinho de duas peças do lado da casa da irmã, no Morro da Polícia, Bairro Aparício Borges, em Porto Alegre.
Com isso, a família poderá sair do aluguel e poupar R$ 400 por mês.
- Ficamos planejando isso por meses e anotando todas as despesas em um caderninho. Desde que engravidei, passei a controlar ainda mais meus gastos - revela Aline, mostrando que é mestre em planejamento.
Com a segunda parcela, Aline e o marido pretendem mandar fazer os acabamentos da casa nova e comprar a ceia de Natal.
E o valor que era destinado ao aluguel, pretendem guardar para comprar um terreno próprio.