Durante seis dias, a reportagem da rádio Gaúcha Serra foi até o Postão 24 Horas de Caxias do Sul. A reportagem acompanhou o movimento do último dia 7, segunda-feira, até o dia 12, sábado, em diferentes horários. Além de observar, a reportagem ouviu o relato de pacientes que aguardavam atendimento ou já na saída do Postão.
Segunda (7) e terça-feira (8):
Verificou-se o atendimento na parte da manhã. Por volta das 9h30min de segunda (7) cerca de 30 pessoas, entre pacientes e acompanhantes, aguardavam tanto na sala de espera adulta quanto na infantil. Naquele horário, nenhum paciente abordado reclamou da demora ou do atendimento de funcionários. Na terça-feira (8) , às 9h, havia cerca de 20 pessoas em cada sala de espera, e, nesse horário, o cenário foi o mesmo observado na segunda.
Quarta-feira (09):
A reportagem chegou no Postão por volta das 19h. Chovia forte naquele momento. Os pacientes que aguardavam atendimento, quase o mesmo número do registrado na segunda e terça de manhã, relataram que a chuva fez com que o atendimento fosse atípico.
Na sala de espera infantil, a reportagem conversou com uma mulher que havia trazido o filho de oito anos. Mãe e filho chegaram ao Postão às 17h. O filho já havia sido consultado e eles aguardavam o resultado dos exames. "Nas vezes que eu trouxe meu filho, nós, pelo menos, nunca ficamos esperando", afirma a mãe.
Quinta-feira (10):
Às 19h30min da quinta-feira, o cenário era bem diferente do presenciado nos dias e horários anteriores. Algumas pessoas aguardam de pé na sala de espera adulto. Conforme o relato de pacientes e acompanhantes das duas salas de espera, a demora de atendimento é maior para os adultos. Mas também há demora das crianças.
Às 19h40min, uma mulher deixava o Postão com o filho de quatro anos. Eles chegaram pouco antes das 15h. A criança estava com febre e, devido ao horário de atendimentos na Unidade Básica de Saúde, a mãe levou o filho Pronto-Atendimento. Após passar por exames, e aguardar para mostrar, a criança deixou o Postão às 19h40min.
Enquanto isso, outra mulher aguardava o marido mostrar os exames que havia feito durante a tarde. Eles chegaram às 13h30min. O marido, com dores nas costas, havia sido medicado e submetido a um exame de raio X. Pouco antes das 20h, ele aguardava há três horas para mostrar o exame. A esposa relatou à reportagem que não sabia como era o procedimento adotado pelo Postão quando os médicos trocavam de turno e precisavam passar as informações dos pacientes.
Sexta-feira (11):
Às 14h30min, da sexta-feira, foi o horário em que a reportagem observou o maior movimento no Postão 24h. Dentre as pessoas que aguardavam atendimento estava uma idosa de 90 anos, acompanhada da filha. Conforme o relato da filha, quando a mãe chegou, às 10h, ela passou pela triagem. Como o caso dela não foi considerado de urgência, ela aguardava atendimento. Às 15h, à idosa recebeu o atendimento.
Sábado (12):
Quase no mesmo horário da sexta-feira, as salas de espera do Postão não estavam tão cheias como no dia anterior. O movimento maior era, novamente, na sala de espera dos adultos.
Às 15h, uma mulher esperava o marido ser atendido desde as 9h. Eles foram no Postão às 3h, mas desde a noite de sexta-feira o marido suava frio e estava com as mãos trêmulas. Esperaram atendimento até as 6h. Foram para casa, e voltaram às 9h. Depois de esperar até as 16h e não serem atendidos, foram embora. O motivo de procurarem atendimento foram calafrios e tremores que o marido sentiu
Contraponto
Conforme a diretora técnica do Postão, Elisabeth Bernardi, os casos das pessoas que, ao serem ouvidas pela reportagem ainda aguardavam atendimento não eram urgentes, por isso, a espera. Segundo a diretora técnica, na noite de sexta-feira havia dois pediatras de plantão e três clínicos. Um clínico fazia o atendimento direto dos pacientes na sala de espera, outro estava na observação e o terceiro estava na emergência.
Com relação à espera maior dos adultos, ela afirma que a demanda no atendimento infantil é menor. Também, desde o início do ano houve reforço no número de pediatras. A média de pediatras no postão é três durante o dia e dois à noite. Antes, eram dois por dia e um à noite. No adulto, em que, segundo Elisabeth também houve reforço, a média é de cinco clínicos durante o dia e quatro de noite. O ideal seriam sete no dia e quatro à noite.
E com relação às trocas de turno, Elisabeth explica que os prontuários dos pacientes que estão nas salas de espera são recolhidos pelas atendentes a cada 15 minutos e recolocados nas salas onde há médicos naquele momento.