As cerca de 6,5 mil pessoas desabrigadas e desalojadas na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul terão de passar o Ano-Novo em abrigos ou casas de amigos e familiares, por recomendação da Defesa Civil do Estado. Ao todo, são 1.544 famílias expulsas das próprias residências pelas fortes chuvas dos últimos dias na região. Apesar de o tempo ter melhorado, os níveis dos rios Uruguai e Quaraí seguem altos.
O Natal de quem perdeu tudo nas cheias na Fronteira Oeste
A enchente de Quaraí, cujo rio chegou ao nível recorde de 15 metros e 28 centímetros, foi considerada pelos órgãos públicos a maior já registrada na cidade, que tem 750 famílias desabrigadas. A Ponte Internacional da Concórdia, que liga o Brasil ao Uruguai, chegou a ser interditada por 22 horas porque havia risco de fissuras e rachaduras na estrutura. Em Uruguaiana, segundo município mais afetado, 335 famílias terão de aguardar a diminuição do nível do Rio Uruguai, que na manhã desta sexta-feira estava em 10 metros e 41 centímetros – na maior cheia de 2015 até então, ele chegou a 9 metros e 76 centímetros.
– A boa notícia é que parou de chover. Nessa região, o rio baixa lentamente, é uma de suas características. Por isso, antes do Réveillon, não tem como voltar – afirma o major Rinaldo Castro, coordenador da Defesa Civil na Fronteira Oeste.
Cheias deixam mais de 3 mil desabrigados em Quaraí
Os prejuízos econômicos da enchente recém começaram a ser contabilizados por cada prefeitura. A análise dura cerca de 10 dias. Foram afetadas estradas, ruas e residências. Os danos na agricultura abrangem a morte de animais e perdas nas plantações. Em Quaraí, por exemplo, hectares de arroz ficaram completamente perdidos por causa da água em excesso. A Defesa Civil acredita que o prejuízo pode ultrapassar R$ 10 milhões.
Veja o número de desabrigados e desalojados por cidade:
– Alegrete: 91 famílias
– Barra do Quaraí: 26 famílias
– Itaqui: 122 famílias
– Quaraí (estado de emergência): 750 famílias
– Santana do Livramento: 150 famílias
– São Borja: 60 famílias
– Uruguaiana (estado de emergência): 335 famílias
* ZERO HORA