As incertezas enfrentadas pelos servidores do Poder Executivo no Rio Grande do Sul desde julho, em função da crise nas finanças públicas, viraram realidade também no Rio de Janeiro. No início da semana, sem dinheiro suficiente em caixa, o governo estadual carioca anunciou o parcelamento dos salários de 47% dos funcionários ativos e aposentados da administração direta.
Piratini conclui pagamento de servidores do Executivo
Em novembro, quando esteve em Porto Alegre para conversar com o governador José Ivo Sartori (PMDB), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, do mesmo partido, já havia relatado as dificuldades.
- Hoje, a crise bate sobre os 27 governadores, mesmo nos mais novos que não têm previdência pública. Todos estão com muitas dificuldades, porque os Estados vivem de repasses, vivem do recolhimento de tributos, da atividade econômica. Nossa despesa é crescente, sem a gente dar nenhum aumento ao servidor. Ela aumenta cerca de 8% ao ano. E não tem receita que acompanhe isso. A receita do governo federal, que detém 63% da arrecadação, vem caindo, descendo a níveis de 2009, 2010 - disse Pezão.
A folha de novembro do Estado do Rio deveria ser quitada até esta quarta-feira. Devido à crise, apenas servidores com vencimentos até R$ 2 mil líquidos (53%) receberão em dia. Os demais deverão ser pagos até o próximo dia nove de dezembro.
Ao jornal O Globo, o secretário estadual de Fazenda, Julio Bueno, disse que o problema decorre da queda na arrecadação:
- Prevíamos, no orçamento de 2015, receitas de R$ 38 bilhões. Com a crise, não vamos arrecadar mais do que R$ 32 bilhões.
No Rio Grande do Sul, a folha de pagamento dos servidores foi parcelada em julho e em agosto. Neste mês, o parcelamento só não se repetiu porque o Palácio Piratini conseguiu que a General Motors (GM) antecipasse a devolução de R$ 302 milhões em créditos fiscais concedidos em 2006 e 2013.