Desenhada no governo Antônio Britto (1995-1998), a duplicação da ERS-118 está paralisada há mais de um ano porque as empresas contratadas para o serviço estão em recuperação judicial e não podem receber os repasses para tocar a obra. Na manhã desta segunda-feira, uma menina de quatro anos morreu em acidente no km 28 da rodovia, em Viamão. Mais 10 pessoas ficaram feridas após colisão frontal entre uma Kombi e um caminhão de pequeno porte, por volta das 6h30min.
O trecho onde ocorreu o acidente ainda não está previsto na duplicação. Ele será feito em uma segunda etapa, depois de concluída a primeira parte, que vai do km 0 ao km 22. Recentemente, o local passou por processo de recapagem, mas não tem sinalização horizontal.
Segundo informações do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), a Sultepa e a Conterra estão liquidando dívidas e não podem trabalhar na ERS-118 no momento. A Triunfo, responsável pela duplicação do km 11 ao km 22, solicitou um aporte maior de recursos para continuar o serviço. O Daer discute com o governo do Estado a possibilidade de conceder as obras à iniciativa privada, com a instalação de uma praça de pedágio no local. De acordo com informações do órgão, 49% da ERS-118 foi duplicada
- Estamos estudando para que a duplicação ocorra num espaço mais curto de tempo, por meio de concessão. Dessa forma, todo o trecho pavimentado da ERS-118 (mais de 40 km) seria entregue à iniciativa privada. No final do ano, apresentaremos o projeto ao governo. Isso tem de ser uma decisão de governo, e não do Daer - afirma o diretor do órgão, Ricardo Nuñez.
Veja fotos do acidente que matou criança:
Mais de 30 mortes em cinco anos
O trecho de apenas 22 quilômetros da ERS-118 entre Sapucaia do Sul e Gravataí registrou 34 mortes e 1.297 acidentes nos últimos cinco anos - média de um a cada 33 horas.
A conclusão da obra é apontada como uma maneira de reduzir a violência no trânsito na região, onde se alternam pontos de pista simples com outros de pista dupla, desvios e locais com o pavimento deteriorado. O trecho também é considerado vital para o transporte de cargas, já que une cidades importantes da Grande Porto Alegre como Sapucaia, Esteio, Cachoeirinha e Gravataí.
No ano passado, conforme os registros do Comando Rodoviário da Brigada Militar, oito das nove mortes registradas em todos os 80 quilômetros da ERS-118 ocorreram no trecho afetado pelo projeto de duplicação - com alta densidade urbana, saídas de ônibus e caminhões, entre outros focos de risco. Entre o começo de 2010 e o final de 2014, ocorreram 53 mortes em acidentes em toda a via.
* Com informações da Rádio Gaúcha