Escutas feitas pela Polícia Civil em maio indicam que Seco coordena ações da quadrilha, desde a Pasc. Os parceiros para quem ele mais ligava eram Josué Supi Soares, o Gago, e Paulo Henrique Rodrigues da Silva, o Paulinho Guri. Em 7 de junho, esses dois teriam participado, com outros quatro homens armados, da tomada do sítio de um empresário do ramo metalúrgico, em Carlos Barbosa.
Os bandidos ficaram 10 horas no sítio, com reféns, à espera do empresário - que não apareceu. A quadrilha levou joias, dinheiro, coletes balísticos e armas encontradas no sítio, que tinha estande de tiro. A polícia está convencida que o objetivo final era o sequestro de Tramontina. Nos diálogos interceptados, os bandidos falam em "encher a guaiaca" (se encher de dinheiro) e "caderno grande" (seriam armas).
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A descoberta de quem estava por trás do assalto aconteceu porque Seco e Adelar Correa, o Jaca ou Lai (suspeito de ser o forenecedor de armas à quadrilha, inclusive explosivos) trataram da preparação do roubo por telefone. Jaca é investigado pelo delegado Joel Wagner, da Roubos, há anos, por suspeita de ser o armeiro do bando para ataques a carros-fortes. Seria ele quem intermediaria a compra de dinamite em Santa Catarina e na Serra gaúcha.
Parte da quadrilha foi presa em 14 de julho em Sapucaia do Sul. Na casa que ocupavam foram encontrados revólveres, munição, coletes balísticos, algemas, toucas ninja, radiocomunicadores, drogas e carros roubados. Entre os presos, estavam Paulinho Guri e Gago. Durante as investigações, conforme Wagner, duas ações planejadas pela quadrilha foram evitadas: o assalto a um empresário de Passo Fundo e o ataque a um blindado no Vale do Rio Pardo. A preparação para roubar o carro-forte foi captada nos diálogos.
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*Zero Hora