A Justiça Federal em Brasília remeteu ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatório que menciona o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), como beneficiário de propina ligada à investigação de supostas fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O envio do relatório aconteceu na véspera do julgamento, pelo TCU, das contas do governo Dilma Rousseff em 2014, processo em que Nardes é o relator.
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Como o ministro tem foro privilegiado, só pode ser investigado com autorização do STF. Antes de decidir, o Supremo consultará a Procuradoria Geral da República (PGR).
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Os indícios de envolvimento de Nardes surgiram na segunda fase da Operação Zelotes, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal para investigar supostas compras de decisões no Carf em favor de empresas.
Citações ao ministro do TCU foram identificadas em parte do material apreendido em investidas da PF e do MPF no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirma que Nardes teria sido beneficiado com pagamentos entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, por meio da empresa Planalto Soluções e Negócios, na qual o ministro e seu sobrinho, Juliano Nardes foram sócios. Os repasses teriam sido feitos pela empresa SGR Consultoria Empresarial, uma das investigadas na Zelotes. O ministro do TCU nega qualquer recebimento de repasses ilegais e afirma que deixou de ser sócio do sobrinho em 2005.