A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) se manifestou nesta quinta-feira sobre o protesto realizado no Campus das Ciências Sociais (CCS), no saguão de entrada do Instituto de Ciências Humanas (ICH), na segunda-feira. O ato contou com jovens sem roupas ou seminuas e teve como objetivo chamar a atenção para a violência contra a mulher e protestar contra o androcentrismo. A manifestação provocou a suspensão das aulas noturnas no ICH na segunda-feira. Em nota, a administração da universidade diz que "as discussões de gênero, nas mais diferentes esferas, são relevantes e reconhece a legitimidade da pauta do protesto, apesar de não concordar com a forma como o evento foi realizado".
Posted by Revista o Viés on Terça, 27 de outubro de 2015
VAI TER INTERVENÇÃO FEMINISTA, SIM!No dia de ontem, uma intervenção feminista no prédio do Instituto de Ciências...
Conforme explica o comunicado, representantes da administração da UFPel estiveram no local da manifestação para dialogar com o movimento. Em seguida, foi chamada uma reunião com o diretor do Instituto de Filosofia, Sociologia e Política (IFISP), a diretora da Faculdade de Educação (FAE) e o diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), unidades ligadas ao CCS. Durante a reunião, os diretores definiram, conjuntamente com a administração, por suspender as atividades acadêmicas naquela noite para evitar confrontos e garantir a segurança das manifestantes e da comunidade acadêmica que utiliza o local.
Foto: Facebook / Reprodução
A Administração informa que está constituindo uma comissão especial para avaliar os fatos e propor os encaminhamentos devidos e cabíveis diante da importância da situação.
A reitoria da UFPel diz ter "profunda convicção na defesa da universidade como um espaço de convivência democrática, baseada no respeito à diferença e pautada pelo reconhecimento da paridade de direitos. Tal concepção possui como pressuposto uma educação voltada para a diversidade e para os direitos do outro, no seu mais amplo sentido. Dessa forma, a universidade deve se instituir como um espaço de respeito entre os diferentes grupos socioculturais, através de processos democráticos e dialógicos".
A instituição acredita que o "episódio demonstra a necessidade da comunidade acadêmica discutir as pautas motivadoras da manifestação: o machismo e as violências de gênero, doméstica, física, simbólica e sexual, bem como a culpabilização das vítimas, o que vem sendo feito não só em disciplinas curriculares, como em eventos os mais variados, no decorrer dos anos".
* Zero Hora