A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que o Brasil passa por um período de dificuldades que faz com que seja necessário "apertar um pouco o cinto", mas garantiu à plateia de beneficiários do Minha Casa Minha Vida que a terceira edição do programa está mantida.
- Estamos tomando todas as medidas para que a gente recupere o crescimento econômico do país, gere mais emprego, garanta renda e continue olhando para a população, o que eu considero o mais importante - disse, durante cerimônia de entrega de moradias do programa habitacional, em São Carlos, interior de São Paulo.
Dilma defendeu o uso do dinheiro arrecadado com tributos para o financiamento de moradias populares do programa.
- O governo recorreu ao dinheiro que a gente arrecada dos tributos para fazer o que? Para garantir que famílias tivessem acesso à casa própria, porque, antes, vocês não tinham como pagar a casa própria, porque os recursos não eram destinados a fazer e a cumprir o sonho de ter um lar - afirmou, em discurso após a entrega de chaves para uma das famílias beneficiadas.
Ao comentar os resultados do Minha Casa, Minha Vida, a presidente destacou que já foram contratadas 4,1 milhões de moradias e que, deste total, 2,3 milhões já foram entregues.
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- De todos os programas do meu governo, o que mais me orgulha é o 'Minha Casa Minha Vida', porque tem poder de mudar a vida de cada um - afirmou.
Em defesa dos programas sociais, a presidente disse ainda que tem que garantir que todos tenham oportunidades iguais.
- Meu governo vai lutar todos os dias para que o nosso país volte a crescer, volte a gerar emprego na quantidade necessária para que todos os brasileiros e todas as famílias tenham uma vida melhor - disse, já no fim do discurso.
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O tom do discurso da presidente no primeiro evento de sua agenda nesta quarta-feira foi mais brando do que o adotado na noite de terça-feira quando fez uma enfática defesa de seu mandato. Dilma afirmou, durante um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que as articulações políticas para realizar o impeachment são um "golpismo escancarado" e que crise política do Brasil se expressa na tentativa da oposição de fazer o "terceiro turno". A presidente se referiu aos seus opositores como "moralistas sem moral" e indagou:
- Quem tem moral suficiente, reputação ilibada e biografia limpa para atacar a minha honra?
Também participaram do evento desta quarta, em São Carlos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os ministros da Agricultura, Kátia Abreu, da Defesa, Aldo Rebelo, de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Comunicação Social, Edinho Silva. De uma plateia formada majoritariamente por beneficiários do programa habitacional do governo federal, a presidente ouviu gritos de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma" e "Dilma, deixa o povo te defender".
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Ao todo, foram entregues 3.422 residências nos municípios de São Carlos, Leme e Itanhaém, em São Paulo, João Monlevade, em Minas Gerais, e Campo Formoso, na Bahia. Em cada cidade, um ministro e a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, participaram de cerimônias presenciais e faziam a entrega das chaves. O investimento total é de R$ 370 milhões, segundo o governo federal.
Ainda nesta quarta-feira, a presidente participa, em Piracicaba (SP), de inauguração do laboratório de biotecnologia agrícola. À tarde, Dilma vai a São Bernardo do Campo (SP), onde discursa no I Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores. A volta da presidente para Brasília está prevista para o fim da tarde.
*Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo